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Hayun acabou adormecendo por várias horas após acordar pela manhã, despertando apenas por volta das nove da noite. Enquanto isso, Namjoon passou o dia e a noite trabalhando intensamente, finalmente conseguindo terminar suas tarefas por volta das cinco da tarde.

Exausto, ele decidiu comer algo antes de se dedicar aos seus hobbies. Colocou música alta e começou a cantar, mas sua tranquilidade foi interrompida por uma mensagem de sua ex-esposa, Wheein, cobrando a pensão do filho deles.

— Puta merda, eu me esqueci — Namjoon murmurou para si mesmo, frustrado por ter deixado isso passar. Imediatamente, ele fez o pagamento e enviou o comprovante para Wheein.

- Kimzinho está bem?

Mensagem visualizada às 17:43

Namjoon se sentou no chão, esperando uma resposta por cerca de dez minutos. No entanto, Wheein não respondeu. Ele até tentou ligar, mas ela não atendeu.

Não sei por que eu ainda tento — ele pensou, abatido. Decidiu então se concentrar em suas atividades, primeiro tocando piano, depois se dedicando a uma de suas obras de arte.

Namjoon era apaixonado por arte, e quando mergulhava nesse mundo, sentia-se relaxado. Ainda assim, a preocupação com Hayun não saía de sua mente. Ele pensou em mandar uma mensagem para ela, mas hesitou, com medo de parecer invasivo.

Finalmente, à 1 da manhã, Namjoon se rendeu ao cansaço e foi dormir, sentindo-se esgotado e emocionalmente sobrecarregado. A situação com sua ex-esposa e a saudade de seu filho pesavam em seu coração.

...

Na manhã seguinte, Namjoon chegou cedo à universidade, planejando aproveitar o tempo antes das aulas começarem, mas, para sua surpresa, Hayun já estava na sala de aula quando ele entrou.

— Oi? — ele a cumprimentou, curioso.

— Opa, e aí? — Hayun respondeu com um sorriso cansado. 

— Faz tempo que chegou? — Namjoon perguntou,  notando que ainda faltavam três horas para o início da aula.

— Faz uma hora. Chanhyuk foi lá em casa... então eu disse que teria aula mais cedo e precisei sair. Agora estou aqui — explicou Hayun, visivelmente exausta, tanto física quanto mentalmente.

Ao ouvir o nome de Chanhyuk, Namjoon sentiu uma onda de raiva, mas tentou se conter.

— Que cara de pau. A vontade de dar um soco na cara dele só aumenta — disse, sem paciência.

Hayun riu, apesar da tensão.

— Ele é uma pessoa boa, só é meio impaciente... — ela tentou justificar, como se estivesse se convencendo de que não havia escolhido mal ao namorar Chanhyuk, mas acabou parecendo que o estava defendendo.

Namjoon, no entanto, não se convenceu, mas decidiu não prolongar o assunto.

— Mas você... voltaria a namorar com ele? — ele perguntou, incomodado.

— Se não for com ele, com quem mais seria? — Hayun suspirou, sua voz carregada de tristeza. A dependência emocional e o gaslighting que sofreu de Chanhyuk ainda pesavam sobre ela. — Por enquanto, não quero. Estou confusa demais com minha vida.

Namjoon observou Hayun, percebendo claramente a manipulação emocional pela qual ela estava passando, e sentiu pena da situação. Ele precisava mudar o clima.

— Eu trouxe a mágica — disse, tentando animá-la. Ele pegou um baralho de cartas da mochila e se aproximou.

Com destreza, Namjoon embaralhou as cartas e pediu para Hayun escolher uma sem mostrá-la a ele. Com um movimento rápido, todas as cartas desapareceram, e quando Hayun olhou embaixo de sua cadeira, lá estavam as cartas, incluindo a que havia escolhido.

Paper airplanes - Kim NamjoonOnde histórias criam vida. Descubra agora