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Hayun não foi à faculdade nesta segunda-feira.

Namjoon quase teve um ataque no coração ao passar pela sala do oitavo período e não encontrá-la lá.

Ele amaldiçoava mentalmente a troca de horários que fizera com o professor do quarto período. Pior ainda, ele não tinha o número de telefone dela, e entrar na sala para perguntar sobre seu paradeiro seria, no mínimo, estranho — especialmente depois do convite um tanto desajeitado para a sorveteria no dia anterior.

Durante sua aula, Namjoon tentou acelerar o conteúdo, explicando tudo de uma vez. No entanto, a pressa gerou mais perguntas, e ele acabou gastando quarenta minutos esclarecendo dúvidas. Ironicamente, se tivesse mantido um ritmo mais calmo, teria terminado mais cedo.

Ao fim da aula, ele se despediu rapidamente.

— Acho que esclarecemos tudo, pessoal. A tarefa de casa vai das páginas 230 a 245. Qualquer dúvida, estarei disponível amanhã. — Namjoon anunciou, ouvindo a insatisfação coletiva dos alunos.

Logo que saiu da sala, seus passos aceleraram em direção ao carro, mas ele não conseguiu evitar passar pela sala do oitavo período novamente, espiando pela porta. Nada de Hayun.

Ele correu para o estacionamento, entrou no carro e dirigiu o mais rápido possível até o apartamento dela. Atravessou sinais vermelhos, ignorou buzinadas e, ao chegar, estacionou em uma vaga na frente do prédio. Namjoon nem ao menos olhou para o porteiro enquanto corria para o elevador.

— Elevador lento da porra — ele resmungou, apertando o botão repetidamente.

Quando finalmente chegou ao décimo primeiro andar, ele avançou para a primeira porta que encontrou. Seu coração disparava, e ele bateu com força.

Hayun, ao abrir a porta, estava secando o cabelo. A visão do professor em sua porta a assustou. Soltou um grito e apontou o secador para ele, como se aquilo pudesse protegê-la.

Namjoon levantou as mãos, em sinal de rendição.

— Me desculpa, me desculpa! — Ele repetiu, a voz apressada.

Hayun o olhou incrédula, mas desligou o secador.

— Você... você está maluco?! — Ela exclamou, ainda processando a situação. — O que você está fazendo aqui?

Namjoon respirou fundo antes de responder.

— Eu... eu me preocupei. Você não apareceu na aula, e depois de... bom, de ler aqueles bilhetes, eu achei que algo ruim pudesse ter acontecido.

— Bilhetes? — Hayun estreitou os olhos. — Meus aviõezinhos de papel? Você leu?

Namjoon fez uma careta, envergonhado.

— Um deles foi parar na minha casa. Eu não sabia que era seu no começo, mas depois comecei a ligar os pontos... e, sim, eu li. Me desculpa. — Ele respondeu, sincero.

Hayun levou as mãos ao rosto, mortificada.

— Eu escrevo aqueles bilhetes para desabafar... eu nunca imaginei que alguém realmente os leria! — Ela balançou a cabeça, rindo de nervoso.

Namjoon, tentando amenizar o desconforto, deu um pequeno sorriso.

— Olha, não foi intencional... mas o que você escreveu, Hayun, realmente me tocou. Me deu coragem para encerrar meu casamento, algo que eu estava adiando há meses. — Ele confessou, a voz baixa.

Hayun olhou para ele, surpresa.

— Então... você terminou... por conta de uns papéis amassados no meio da rua? — Ela perguntou, ainda tentando processar tudo.

Paper airplanes - Kim NamjoonOnde histórias criam vida. Descubra agora