Paper airplanes - Kim Namjoon

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Pela primeira vez, Namjoon parecia distante enquanto ministrava a aula. Ele se esforçava para se concentrar, mas os pensamentos o distraíam. Depois de algumas tentativas frustradas, decidiu fazer uma breve pausa, indo até o banheiro para lavar o rosto e tentar recobrar o foco.

A pausa surtiu efeito.

Quando voltou à sala, alguns alunos começaram a murmurar, soltando comentários críticos sobre a aula. Pareciam frustrados com os erros ou a falta de foco do professor. Namjoon sentiu um aperto no peito. Doía perceber que seus alunos não reconheciam que ele também era humano, mas decidiu ignorar as críticas. Com determinação, transformou o restante da aula em uma das melhores de sua carreira, surpreendendo a todos.

No final, decidiu atolar a turma com atividades.

"Ah, como é bom ser professor universitário", pensou Namjoon, observando os alunos que haviam sido mais críticos agora frustrados.

— A partir de hoje, Hayun será minha monitora. Qualquer dúvida, podem perguntar a qualquer um de nós — anunciou Namjoon, deixando a sala em choque, especialmente Hayun.

— Por que ela? Os monitores ganham quase uma bolsa de estudos integral! — protestou uma aluna.

— Porque ela tem a única média acima de nove em todas as matérias — respondeu Namjoon, tranquilo. — Eu também vou ajudar, então não precisam se preocupar.

Alguns alunos tentaram questionar a decisão, mas acabaram aceitando, reconhecendo as habilidades de Hayun. A aula finalmente chegou ao fim, e Hayun se aproximou de Namjoon.

— Monitora?

— Você quer ensinar, não quer? A monitoria vai te ajudar muito no currículo. E se tiver dificuldades, eu te ajudo. Não precisa se preocupar.

— Namjoon, obrigada de verdade. — A sinceridade na voz de Hayun era evidente.

— Você merece — ele respondeu, guardando seus materiais. — Um dia desses, marcamos um treinamento para você pegar o jeito.

— Combinado — Hayun sorriu. — Hoje vou para casa sozinha, está bem?

— Sem problema. Vou ficar aqui mais um pouco, tenho algumas atividades para recolher da turma ao lado.

— Até mais, então — se despediram, e Hayun saiu da universidade.

Caminhou por dez minutos até chegar à casa de Chanhyuk. Ele a havia convidado para uma conversa, dizendo que queria esclarecer as coisas. Mesmo hesitante, Hayun decidiu aceitar o convite.

Quando Chanhyuk abriu a porta, um sorriso calculado apareceu em seu rosto, e ele entregou a Hayun um buquê de flores.

— Entra — disse, com um tom gentil que fazia tempo que não usava.

Hayun pegou o buquê e se sentou no sofá, o peso emocional do término caindo sobre seus ombros. O arrependimento e a culpa se misturavam em sua mente.

— Chan-

— Hayun — ele a interrompeu, já assumindo o controle da conversa. — Quero me desculpar por ter sido um namorado de merda, mesmo que eu não entenda onde errei. Mas prometo que vou melhorar.

Ela suspirou. Sabia que aquelas palavras não passavam de promessas vazias. Nada mudaria, eles apenas cairiam no mesmo ciclo.

— Não precisa se preocupar... Por que não tentamos ser amigos como antes? Lembra do nosso pacto de que, não importa o que acontecesse, nossa amizade continuaria?

Chanhyuk se sentou ao lado dela, sem deixar muito espaço.

— Claro que lembro. Mas a verdade é que quero você de volta. — Sua voz se tornou suave, porém manipuladora. — Sou tão horrível assim?