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Adhara sentiu os braços dele rodearem a sua cintura num abraço carinhoso

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Adhara sentiu os braços dele rodearem a sua cintura num abraço carinhoso. Ela deu um sorriso mínimo, encarando a pessoa por cima do ombro. O vento passando por ela deixava o perfume fresco da floresta sobre seu corpo. Seus longos cabelos atrapalhavam a sua visão, e a pessoa riu. Mas a risada despertou-a daquele conforto momentâneo.

—Porque estás aqui fora, sozinha? — a voz saiu rouca

Adhara saiu dos braços dele, de forma contrariada. Ela gostava da sensação de conforto que os braços dele causavam, mas os seus sensores de sobrevivência apitavam sempre que estava a dois passos dele.

Ele era charmoso, Adhara não podia negar. E a forma como a escuridão dele gritava e seduzia a luz dela era extasiante. Adhara tinha vergonha de cogitar, mesmo que por miseráveis milésimos, a opção de ceder ao poder dele. De ceder a ele.

Não que ele a tenha feito algum mal. Muito pelo contrário, ele foi a única pessoa que lhe estendeu a mão em Ravka. E isso era o que despertava a desconfiança dela. Ele não poderia ser tão perfeito ao ponto de ajudar duas irmãs Shu sem segundas intenções.

—Precisava espairecer. — Adhara em momento algum o encarou, as palavras saíram lentamente, arrastadas, como se sua língua estivesse dormente

Uma das coisas que a deixavam em paz e apaixonada era o sol. E contemplá-lo ao amanhecer era algo único. O sol, timidamente espreitando o horizonte, aquecendo a terra de forma majestosa, desejando uma boa partida ao véu da noite. Era majestoso e divino.

—Espairecer sempre ao amanhecer e no pôr do sol. — ele a olhou

Adhara conteve a surpresa, seu rosto neutro. Com o passar dos anos, aprendeu que a neutralidade era uma boa companheira. O povo ravkano era muito expressivo, assim como os fjerdanos. Bom, ela aprendeu que certas características a escondiam do mundo.

—Anda a reparar muito no que faço, Aleksander. — ela finalmente encarou-o, um olhar afiado

Aleksander sorriu, seus olhos nos lábios rosados dela. A luz dela queimava até as mais escondidas sombras do seu ser. E por mais que Aleksander adorasse a sensação de poder, e ele claramente adorava, conquistar Adhara era uma prioridade dele.

No início era por conta do poder dela. A Invocadora do Sol, ele poderia realizar as maiores artimanhas e inigualáveis feitos com os poderes dela, mas Adhara não era tola. Nem Kastra, que era ingénua com as intenções das pessoas ao seu redor, era tola, quanto mais Adhara.

Adhara era a definição de mulher independente. Sabia caçar, aprendeu a lutar sozinha, aprendeu a usar arco e flecha sozinha, aprendeu a usar os seus poderes sozinha. Ela podia ser muita coisa, mas tola não se encaixa nos adjetivos que definiam-na.

—Senhorita Adhara, o que mais faço é reparar em si. — ele sorriu, e Adhara decidiu ignorar o comentário dele, assim como o seu coração que deu uma cambalhota em resposta

Ela torcia naquele momento para que a sua máscara de neutralidade fosse eficiente o suficiente para Aleksander não reparar no seu estado atordoado. Ela odiava o facto de seu corpo reagir a ele. Sua mente gritava que era para se afastar, mas o seu corpo mergulhava ainda mais nas orbes escuras dele, em busca de desvendar seus segredos.

—Eu e tu vamos mudar o mundo, senhorita Adhara. — Aleksander declarou

—Duas pessoas não podem mudar o mundo, Aleksander. Não se iluda, e não ouse cogitar a ideia de iludir-me. — Adhara afastou-se dele — Verei o estado de Kastra. — informou, tentando escapar da conversa e da proximidade

Adhara era muito esperta para deixar-se seduzir pelos belos discursos dele. Mesmo que seu coração doesse por afastá-lo, ela sabia que no final deveria confiar em seus instintos. Aleksander escondia muito mais do que aparentava. E a história dele sobre a sua origem, não descia a Adhara de forma alguma. Kastra pode até ter ficado comovida, mas na relação delas como irmãs, amigas e companheiras, Kastra sempre foi a mais sensível.

Se quisesse sobreviver tempo suficiente para observar Kastra formar uma família, Adhara teria que mentalizar sobre a realidade, elas eram presas no meio dos leões. Comover-se pelo inimigo era bandeira para a morte.

Mesmo que Aleksander fosse totalmente gentil e apaixonante, Adhara não podia se apegar.

Já era tarde demais. Ela já estava apaixonada, mas ao contrário do que os outros diziam, aquele sentimento de nada a cegava, aquele sentimento não ofuscava o seu senso sobre a situação.

—Não poderá evitar isto para sempre! — Aleksander rodeou os dedos no pulso dela, puxando-a delicadamente para perto de si

Muito perto...Adhara suspirou, fora de órbita. Aquela aproximação era perigosamente desconcertante. Aleksander a faria cometer as piores tragédias com aquela proximidade, com aquele poder.

Eles eram totalmente opostos. Adhara era a luz. Majestosa e brilhante, forte e independente, corajosa. Aleksander era a escuridão. Misterioso e sombrio, traiçoeiro e esperto. Os dois juntos, em nenhum dos cenários imagináveis dariam certo. Adhara sabia. Aleksander sabia. Mas enquanto ela se conformava e o tentava afastar, Aleksander nadava contra a maré, pronto para ter Adhara ao seu alcance.

—Evitar o quê?

—Esta atração. Uma hora, irá ceder. E eu estarei lá, para segurá-la quando acontecer. — sussurrou no ouvido dela e finalmente afastou-se — Ninguém a entenderá como eu entendo.

—Eu não preciso de ninguém além de Kastra. Ela é mais do que o bastante. — Adhara finalizou a conversa, finalmente passando por ele

Entrou na pequena cabana, com passos largos, mas silenciosos. Baghra era uma mulher desagradável e amarga, e Adhara não queria simplesmente encontrar-se com a mulher naquele momento. 

Não que odiasse Baghra, na verdade, Adhara gostava da rigidez da mulher, era uma demonstração de poder e independência, mas a amargura de ambas no mesmo local só fazia sentir-se pior. O seu futuro era ser uma mulher amarga como Baghra?

Bom, pelo menos garantiria que Kastra tivesse um futuro feliz. Muitas pessoas não entendiam a forma desesperada que Adhara priorizava Kastra, os motivos eram até questionáveis. Mas era muito simples, durante sua infância, Kastra abdicou de tudo para cuidar de Adhara que tinha uma constituição física frágil, ela em um segundo sequer hesitou em cuidar da irmã mais velha. O fez com muito amor e sinceridade.

Agora que eram mais velhas, que Adhara sabia por despertar aquele poder, por ser Grisha, não teria uma vida normal, ela só podia desejar a Kastra a normalidade que ela nunca teria. A felicidade que ela não obteria. Mas a felicidade de Kastra era a sua felicidade. Ela poderia conviver com isso pelos longos séculos de vida que teria.

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Mais um capítulo!
Eu sei que é um pouco estranho do nada
aparecer uma interação
do Darkling e da Adhara.

Com o decorrer da
história será explicado.
Fiquem a vontade para
criar teorias.

Segundo, estou a criar
uma playlist para
a história. Se tiverem
alguma recomendação de música será bem vinda.

Cuidem-se e até a próxima.

The Myth Of The Sun SummonerOnde histórias criam vida. Descubra agora