13- Quem controla o tempero, controla o mundo.

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Sina Deinert Pov's

Depois de um banho demorado, coloco uma roupa confortável, prendo meus cabelos em um coque frouxo e calço minhas havaianas. Quando girei a maçaneta da porta do banheiro, rezei metalmente para Noah não estar no quarto. Mas Deus não ouviu minha oração à tempo, pois quando passo pela porta a primeira coisa que vejo é um Urrea todo torto na cama, com o quadril coberto apenas por uma toalha. Eu literalmente congelo na metade do caminho e apenas olho para ele, minha respiração fica presa na minha garganta como um enxame de sentimentos que eu nunca senti antes.

Filho da puta gostoso.

Devagar, me aproximo dele e digo o seu nome suavemente.

- Noah?

Ele não se move.

O homem dorme como um morto.

Gentilmente cutuco seu ombro, quente e duro sob minha mão.

- Noah? Acorde.-A única reação que tenho é um Urrea resmungando um caralho baixo.

- Um maldito ogro até dormindo.

Respiro fundo e saio do quarto na ponta dos pés. Sozinha no corredor, disco o número de Jeky.

- Sina?-Sinto o desespero em sua voz.

- Ei, Jeky, e aí? -Eu disse, mantendo minha voz baixa.

O suspiro que veio através do meu receptor foi dramático e esperado.

- 'Ei, Jeky, e aí?' Você está falando sério, Sina? - Jeky, minha amiga, necessitado de muita atenção, gritou para mim. - Isso é
tudo que eu ganho?

Eu empurrei alguns fios de cabelo que escaparam do meu coque da minha cara.

- Sinto muito, ok? Os últimos dias têm sido uma loucura. Eu deveria ter dito que eu ia ficar fora por alguns dias.

Seu assobio foi audível.

- Não fale como se você estivesse de
férias em Miami para o fim de semana, Sina! Você está no Brasil. B-r-a-s-i-l.

Eu não pude segurar o bufo que irrompeu de mim.

- Estou ciente de que estou no Brasil e como se escreve, Jeky. Eu nasci
aqui, sabe?

- Sina! -Ela rosnou. - Eu estou enlouquecendo aqui. Estou louca de preocupação com você. Você deixa o país e nem me manda uma mensagem. Nenhum e-mail. Nenhuma nota. Nada. Você podia ter morrido! Eu não saberia de nada se a sua vizinha fofoqueira não tivesse me dito que viu você comentar que estava indo para o Brasil. Eu ia chamar a polícia e relatar seu desaparecimento!

Eu estremeci e depois franzi o cenho quando a culpa me inundou. Jeky era o minha melhor amiga. Nós nos conhecemos há sete anos e meio em um parque no centro de Manhattan. Eu morava em Nova York há três meses naquele momento, e eu estava envergonhada de dizer que eu mal tinha experimentado a cidade. Eu era muito fechada quando me mudei, e eu nunca tive coragem suficiente para explorar. Eu gostava de Nova York, mas eu não diria que estava vivendo; eu simplesmente existia na cidade que nunca dorme. Eu era um tom de cinza em uma tela de cor. Jeky ajudou a iluminar as coisas para mim. Ela me deu um pouco de uma vida social através da sua. Eu costumava visitar um único parque e ler um livro atrás do outro, mas depois que eu conheci Jeky, ela fez questão de corrigir esse problema. Ela me levou para bares, clubes e peças de teatro. Ela até me apresentou ao seu clube do livro e me fez um membro oficial. Jeky era refrescante. Ela trouxe algo novo para a minha vida introvertida, e eu a adorava por isso.

- Eu sinto muito, Jeky. Eu juro que quando tudo estivesse sob controle eu ligaria para você. Eu cheguei a algumas horas atrás.

Jeky soltou um suspiro exasperado.

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