04- Não é uma boa ideia usar uma ideia que não seja atrevida.

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Noah Urrea Pov's

Quinze minutos depois... as malas couberam.

Cada uma posicionada estrategicamente, empilhadas na
ordem perfeita, como um daqueles quebra-cabeças que, se você desmontar, nunca mais conseguirá reunir as peças da forma correta.

Fico muito, muito impressionado.

- Eu disse.

Sina suspira, um sorriso brotando em seu rosto.

- Nunca mais duvide da capacidade de uma mulher em dar um jeito nas coisas.

Abro a boca para começar a argumentar, mas, antes que eu consiga murmurar uma só palavra, sua mão se ergue em um único dedo erguido.

- Calado.

Fecho a boca surpreso por sua petulância. Então a abro outra vez para argumentar e o dedo ataca outra vez.

- Calado.

Quando esfrego os dentes no lábio em vez de falar, Sina prossegue.

- Você estava errado, então permaneça calado.

Bufando, eu entro no carro e espero que ela se acomode ao meu lado, em seguida, dou partida. Nossa viagem até a casa dos meus pais durou cerca de trinta minutos. No começo nós dirigimos em silêncio. Quando Sina começou a ficar inquieta no seu banco, eu quebrei o silêncio.

- Nervosa sobre passar no teste para atriz? -Brinquei e ela sorriu.

- Um pouco. Eu participei de algumas audiências na escola quando criança, mas nunca me chamaram para atuar nas peças. E acho que isso só significa uma coisa. -Brincou também, mas pela forma como ela estava agindo, eu poderia dizer que o seu medo óbvio ia além da questão de ser uma péssima atriz.

- Me diga o que realmente está incomodando você.-Perguntei e ela me olhou com uma careta. -É por causa da viagem?

- Não -Respondeu rápido demais, torcendo as mãos e cruzando e descruzando as pernas.

- Você tem certeza?

- Sim, está tudo bem.-Ela encolheu os ombros.

Embora não acreditasse, eu balancei a cabeça e voltei a me concentrar na estrada. Quando finalmente estacionei na garagem da casa de meus pais, a tensão que pairava no carro aumentou. E quando passamos pelo hall de entrada, achei que Sina teria um ataque do coração.

- Fique calma, vai dar tudo certo.

- Ok-Ela respondeu suavemente.

- Mas tente não parecer tão suspeita.-Aconselhei e seus olhos se arregalaram de horror.

- Eu pareço suspeita?

- Você parece que vai se mijar nas calças.-Brinquei

Ela riu, e eu fiquei feliz por aliviar um pouco a tensão.

- Está bem, está bem. Eu vou manter a calma.

Lentamente, avançamos em direção à sala. E a primeira pessoa que vi foi minha mãe. Ela sorriu alegre e caminhou em nossa direção. Wendy Urrea era extremamente bonita, elegante, apesar de ter passado dos cinquenta e de ser uma mulher pequena não levava desaforo para casa. Ela usava um vestido preto de corte reto e seu pescoço e orelhas ostentavam cordão e brincos de ouro. Sua maquiagem estava como sempre impecável.

- Deixe-me ver como você está.-Ela esfrega a mão na minha testa, no maxilar e nos ombros. Depois dá um passo para trás.- Está ótimo. Parece cansado, mas ótimo.

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