Três meses depois...
Sina Urrea
— Quando tudo isso acabar, pode ter certeza que você não vai chegar perto de mim com esse pau novamente, Noah —Eu gritei ofegante.
Nunca mais na minha vida eu pensaria que minhas cólicas menstruais são "amostras grátis" de um parto. Se você pensa isso, colega , pare. Apenas pare, porque você não faz ideia do tamanho da heresia que sai da sua boca todo mês. Você pode achar que vai morrer a cada mês, mas eu posso garantir que, por mais que você sofra, você nunca vai ter sofrido de verdade até estar sentindo o que estou sentindo.
Não mesmo!
Minha gestação múltipla tinha grandes chances de não chegar à trigésima sétima semana, mas aqui estou eu, firme e forte, na quinzena final e preste a dar a luz. E apesar de ser raro uma gravidez de gêmeos completar os noves meses sem nenhuma intercorrência, a minha completou os dias todinhos e os sinais de trabalho de parto começaram a aparecer essa noite, durante um jantar beneficente no qual Noah precisou comparecer. Eu até fui forte quando comecei a sentir as primeiras contrações. A dor vinha e ia embora em intervalos irregulares, durava poucos segundos e era bastante suportável. Não dava vontade de berrar nem nada, mas foi ficando um pouquinho mais intensa a cada vez. E chegou um momento que não aguentei ficar calada, então abri a boca e berrei mesmo, não quis saber de porra nenhuma. Estava cagando e andando para os olhares espantados das pessoas.
Só não mandei aquela cambada se foder porque a dor estava me consumindo.
Noah se desesperou e me trouxe as pressas para o hospital, contudo, infelizmente não acontecia exatamente como nas novelas, em que, de repente, a bolsa se rompe, a mulher é levada às pressas ao hospital e, minutos depois, a criança nasce. Esse tipo de coisa só acontece com as muito sortudas, o que claramente não é o que vai acontecer comigo. A começar por minha bolsa ainda não ter estourado.
— Calma, meu amor, vai dá tudo certo.—Noah tenta me acalmar.
— Aaaahhhhhhhhhhhhh! Puta que pariu!
— Eu sei que dói muito, mas logo vai passar.
— Não, você não sabe.— Grunhi
É como se um gato enraivado estivesse rasgando as minhas entranhas, como se um urso feroz estivesse me abocanhando pelas costas.
Tá arrancando tudo, inclusive minha paciência de Jó.
A culpa disso tudo é da Eva, que não conseguiu resistir aos encantos de uma simples cobrinha. Juro que se me encontrasse com a dita cuja, fazia justiça com minhas próprias mãos em nome de toda a comunidade feminina, atiraria a infeliz da suprema corte ao calabouço, e faria questão de mirar o tombo dela bem nos "quintos" que é pra não correr o risco de errar.
— Eva, sua desgraçada! Eu te odeio! Maçãs. Eu odeio maçãs. E cobras. E jardins.— Eu falava desconexa.
Uma senhorinha que estava ao meu lado com sua filha, me olhou com os olhos arregalados e fez o sinal de cruz diversas vezes sobre o peito.
— Está bem. Culpe quem você quiser. Só culpe mais baixo, Princesa. —Noah disse calmamente.
Eu teria gritado um caralho bem alto se não tivesse sido engolfada por uma nova contração.
— Vá mais devagar — Noah advertiu preocupado.
Eu estava fazendo exercícios em cima de uma bola para amenizar as dores e para ficar mais relaxada, de modo a incentivar a dilatação. O exame de toque tinha atestado recentemente que eu estava com apenas quatro centímetros de dilatação, e eu sabia que dali até a dilatação completa poderia haver um intervalo de horas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NOIVOS POR ACASO - Noart
Fanfic[Concluída] Ele é o CEO de uma das maiores empresas de Nova Yorque. Bonito, bilionário, incrivelmente sexy e um cafajeste de primeira espécie. Ele não aceita relacionamentos sérios em sua vida, apenas se permite envolvimentos momentâneos, aventuras...