Capítulo 18

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— cuidado JJ — reclamei com o garoto que tropeçou na cadeira de rodas que usamos pra trazer minha mãe para o quarto depois de me ajudar a colocá-la na cama.

— foi sem querer — esfregou a mão na panturrilha.

Fomos juntos buscá-la no hospital e eu deixo claro que se meu pai perguntar quem deixou o JJ dirigir o carro eu nego, inclusive nego que perdemos o retrovisor na ida e ficamos impedindo minha mãe de olhar para o lado do motorista na volta.

— vamos deixar a senhora descansar tia, qualquer coisa grita — o garoto beijou a mão de minha mãe galanteador.

— pode gritar mesmo — mandei um beijo na direção dela e apenas encostei a porta quando saimos.

— e então, o que pretende fazer hoje depois que seu pai chegar?— o garoto perguntou quando nos sentamos lado a lado no sofá de casa.

— ir naquela coisa kook da Kiara — lamentei — eu ainda nem entendi o que é, é cinema? Teatro? Coisa chata?

— se observar bem é tudo isso — ele sorriu — eu ia te convidar pra ir comigo, mas já que a Kiara já fez isso.

— você ainda pode convidar, o não já tem, busque a sua humilhação Jack Johnson — dei risada da cara que o garoto fez ao ouvir o apelido que a tempos eu não usava.

— sério isso?— ele perguntou olhando nos meus olhos.

— o que? Eu gosto do Jack Johnson — assumi fazendo o garoto sorrir — mas você é uma versão menos melhorada.

— ah é? — ele perguntou e eu assenti um segundo antes de sentir a almofada do sofá bater no meu rosto, abri os lábios indignada.

— agora você vai ver — peguei a outra almofada e antes de poder devolver o ato o garoto correu me deixando correr atrás dele — eu vou te acertar com essa almofada dura até te deixar roxo.

Quando cheguei no meu quarto vi o garoto pular a janela.

— JJ — gritei sem acreditar no seu ato.

— eu preciso ajudar o Pope, te vejo a noite — gritou de costas e eu levantei meu dedo do meio na sua direção recebendo dois dos seus como resposta.

Naquela manhã eu acordei bem, os braços de Rafe apertavam o meu corpo junto ao seu e eu gostaria de não precisar levantar.

Fiquei alguns minutos observando o quanto ele fica bonito enquanto dorme antes de fechar os olhos quando ouvi seu telefone tocar, ele se afastou para atender e eu observei suas costas nuas sendo clareada pelo dia que invadia o quarto pela janela.

Fechei os olhos novamente quando ele voltou para pegar sua camisa e o senti me encarar, por isso mordi a língua para não dar risada me entregando.

Parecer uma idiota não é uma opção.

E então ele saiu.

Opostos - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora