Capítulo 5

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Liguei a pequena caixinha de som enquanto vestindo alem de uma regata uma calcinha preta procurava por um short em meio a minha bagunça, com a toalha ainda nos cabelos é provável que de longe seja possível me ouvir cantar alguns trechos da música.

— abaixa essa coisa — ignorei o grito de meu pai do andar inferior sobre a música — tem visita pra você — revirei os olhos, JJ não me dá um minuto de paz

Sai do quarto e desci do jeito que estava, mas JJ não estava ali

O quase oposto estava, negando um pedaço do bolo de chocolate que minha mãe fez essa manhã estava Rafe Cameron, fiz um som com a garganta chamando atenção

— que modos são esses Naya — minha mãe colocou a mão sobre os lábios de forma exagerada — vista uma roupa

Meu pai não estava, provavelmente está evitando esse inusitado convidado

— eu pensei que fosse o JJ — me expliquei — mas já notei que não — olhei na direção de Rafe que tinha os olhos perdidos em minhas pernas — precisa de alguma coisa, Cameron?

— posso falar com você? Sozinho

Olhei para a minha mãe que não estava nem um pouco disposta a se retirar

— claro, vamos conversar lá no quarto — eu disse ao garoto fazendo a mais velha abrir os lábios alguns passos atrás do garoto sem acreditar no que estava ouvindo — mamãe, pode não deixar nenhum dos meninos subirem?

— claro, mas deixe a porta aberta — respondeu a contragosto, mas ela não me proibiria de levá-lo ao meu quarto

Minha família não é conservadora como muitas, não temos muitas regras, entretanto as que temos são inquebráveis.

Subi os dois primeiros degraus antes de me lembrar vestir apenas calcinha.

— pode ir na frente — fiz um gesto para que ele seguisse na frente, ao entrarmos em meu quarto não fechei a porta — e então?

— eu acho que esqueci uma coisa aqui — deu de ombros

— fique a vontade — não me preocupei com o que ou como, apenas voltei a fazer o que fazia antes. Procurar um short.

— achei — ouvi Rafe dizer saindo do banheiro enquanto analisava o saquinho branco em suas mãos

— deixou cocaína na minha casa?— eu perguntei sem acreditar no que estava vendo

— eu pensei ter colocado no bolso — deu de ombros abrindo o saquinho e dando uma fungada

— ei guarda isso, seu imbecil — mandei e ele fez o mesmo movimento olhando nos meus olhos. Gostoso.

Gostoso, não. Eu quis dizer que nojo.

Antes de mais alguma coisa ser dita ouvi a voz de JJ já da escada, ele dizia a minha mãe que não estava com fome e ela discutia dizendo que isso é impossível de ser verdade.

— que merda — comentei alto já pensando no escândalo que seria se ele encontrasse o Rafe.

Fechei a porta do quarto e corri para ligar o chuveiro.

— medindo do seu namorado saber que eu estou aqui?— o Cameron tinha um tom de provocação acompanhado de um sorriso pervertido.

— estou te poupando de levar uma surra — o empurrei de volta pro banheiro antes de fechar a porta e no mesmo minuto ouvir a voz de JJ no meu quarto.

— Naya sua vadia, se adianta — disse alto e pelo som se deitando na minha cama

— já tô saindo — gritei de volta e tapei a boca de Rafe antes de ele pudesse dizer algo — quieto — pedi e ele passou a língua na minha mão me fazendo afastar — nojento — reclamei limpando minha mão na sua camisa, seu abdômen bem marcado e definido foi a única coisa que me concentrei em sentir antes de afastar a mão um pouco constrangida.

em outros casos isso seria abuso sexual — Rafe disse com a cabeça encostada na porta — mas eu permito que garotas me toquem.

— até mesmo Pogues?— eu questionei por algum motivo que não posso explicar e ele enfiou o saquinho recém fechado no bolso de olhar para mim

depende da pogue — deu de ombros

— morena — ouvi JJ me chamar e quebrei o contato com os olhos de Rafe — pode me dizer por que do Topper estar te mandando mensagens enquanto procura aquele estúpido do Rafe?

Julgue Rafe com os olhos por ele ter dito ao Topper onde está

— não faço ideia, a porra do meu celular está aí e eu estou tentando tomar banho — falei indignada desligando o chuveiro — não saia desse cômodo — pedi antes de sair e fechar a porta — que foi?

JJ jogado na minha cama com o meu celular na mão o garoto mexia como se fosse o seu.

Coloquei um short qualquer.

Tirei a toalha dos cabelos e passei a escova algumas vezes desembaraçando os fios cacheados.

— vamos— chamei já pronta estendendo minha mão para o garoto — tá bonitão em loiro — elogiei enquanto de mãos dadas descemos as escadas

— você sabe que eu sempre estou — colocou meu celular em seu bolso e em seguida soltou minha mão passando seu braço por meu pescoço

— mãe, pode tirar o lixo do meu quarto quando tiver um tempo?— por favor entenda

— é claro — respondeu vindo com uma vazia em mãos — leve isso aqui, fiz alguns bolinhos para caso sintam fome

— obrigada — agradeço segurando a vazia enquanto a vejo se despedir do garoto com um abraço como se não visse ele toda hora.

Opostos - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora