Capítulo 56

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Capítulos finais

— Para de encarar aquela mochila como se fosse ter tempo de correr até lá e pegar a arma — Meu pai se ajeitou na poltrona.

— O senhor espera o que depois de ter tentado nos matar?

Apertei a garrafa em minhas mãos sem querer falar ou agir nessa situação, meu pai acabou de me ver fazendo coisas com um dos meus melhores amigos no balcão da cozinha.

— Ah, JJ! Eu não ia matar vocês garoto, acha que eu não olharia naquele galinheiro?

— Desculpa por pensar o óbvio que se deve pensar quando as as pessoas invadem casas armados.

— Você trouxe uma arma, não parecia ter a intenção de matar minha filha.

— Por que fez isso então? No que você está envolvido?

— Você quer ir para Yale, estudar direito — O encarei sem saber onde ele pretende chegar — Eu consegui Princeton, não é o que você deseja.

Limpei uma lágrima voltando a mesma posição.

— Não é isso que fazemos, não fale como se eu fosse uma garota mimada que quer tudo o que não pode ter.

— Você sempre sonhou em ir embora, Naya — Ele disse — Sabe o quanto é difícil manter uma vida fora dessa ilha?

— E em algum momento o senhor pensou em falar com a minha família biológica?

JJ se levantou rápido agarrando a mochila antes de se sentar mais uma vez ao meu lado, papai revirou os olhos com a atitude previsível.

— Eles nunca quiseram uma filha, não faria sentido pedir algo a eles — O homem pensou por um segundo — Como sabe disso?

— A carta da mamãe.

— Mexeram nas nossas coisas — Seus olhos foram de mim para o loiro.

— Tio, preciso dizer que sou inocente e o culpado está morto.

JJ falou.

— Quem está morto garoto?

— John B está morto papai.

— Não falem asneiras — Ele ajeitou a postura — Você já falou com eles? Contou que sabe a verdade?

— Eu ia fazer isso até você chegar.

— Você parecia estar ocupada com outra coisa quando eu cheguei.

— Essa outra coisa está ouvindo — JJ reclamou para si mesmo.

— Você planejava me dar notícias? Tem noção o quanto foi horrível lidar com tudo sozinha?

— Eu sinto muito por isso, mas não podia voltar ainda.

Coloquei minha garrafa no chão.

— Preciso me trocar e sair — Avisei já caminhando para o andar de cima, mandei uma mensagem a Topper perguntando se podíamos conversar e quando deixei minha casa ela já estava vazia mais uma vez.

— Já estava aqui ou veio correndo?— Perguntei me sentando o lado dele na areia.

— As vezes eu venho até aqui e fico imaginando que a qualquer momento ela vai aparecer no horizonte em um barquinho com aquele sorrisao.

— As vezes eu também faço isso, passei uma vassoura no castelo e pude sentir John B rindo do meu feito inútil.

Aquilo precisa de mais que uma vassoura para ser limpo.

— Acha possível? Que eles ainda estejam vivos?

— Sem corpo sem morto.

— Sobre o que quer falar?

Tirei a foto do bolso do meu moletom.

— Onde conseguiu isso? Eu ainda tenho esse ursinho em algum lugar.

— É do dia do meu nascimento, minha mãe sempre guardou par que eu pudesse descobrir a verdade.

Topper olhou para a foto e depois para o meu rosto.

— É impossível, meus pais disseram que perderam uma filha, que a única filha que tiveram está morta.

— Parece que não só a minha vida foi uma mentira — Anunciei.

— E o que você vai fazer sobre isso? Se mudar para minha casa e esperar ter dias felizes em família? Não preciso te dizer que é impossível essa segunda opção.

— Vou me matricular em Yale.

Topper olhou para mim dizendo um "o que?"

— Vou me matricular em Yale e contratar alguém para ajudar o Rafe, vou tirar ele desse lugar.

Falei em voz alta a ideia que acaba de surgir em minha mente, isso enquanto meu lado racional dizia que ele tentou me matar.

— Que ideia estúpida é essa agora? Ficou rica e também burra?

— Você tem a chance de sair desse lugar também, não disperdiça a chance — Me levantei — Avisa para os seus pais que vou aparecer pro jantar e que ja tive muito amor familiar, mas a grana veio em um otimo momento.

No momento em que eu preciso deixar Outer Banks para traz.

Opostos - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora