Capítulos finais
— Para de encarar aquela mochila como se fosse ter tempo de correr até lá e pegar a arma — Meu pai se ajeitou na poltrona.
— O senhor espera o que depois de ter tentado nos matar?
Apertei a garrafa em minhas mãos sem querer falar ou agir nessa situação, meu pai acabou de me ver fazendo coisas com um dos meus melhores amigos no balcão da cozinha.
— Ah, JJ! Eu não ia matar vocês garoto, acha que eu não olharia naquele galinheiro?
— Desculpa por pensar o óbvio que se deve pensar quando as as pessoas invadem casas armados.
— Você trouxe uma arma, não parecia ter a intenção de matar minha filha.
— Por que fez isso então? No que você está envolvido?
— Você quer ir para Yale, estudar direito — O encarei sem saber onde ele pretende chegar — Eu consegui Princeton, não é o que você deseja.
Limpei uma lágrima voltando a mesma posição.
— Não é isso que fazemos, não fale como se eu fosse uma garota mimada que quer tudo o que não pode ter.
— Você sempre sonhou em ir embora, Naya — Ele disse — Sabe o quanto é difícil manter uma vida fora dessa ilha?
— E em algum momento o senhor pensou em falar com a minha família biológica?
JJ se levantou rápido agarrando a mochila antes de se sentar mais uma vez ao meu lado, papai revirou os olhos com a atitude previsível.
— Eles nunca quiseram uma filha, não faria sentido pedir algo a eles — O homem pensou por um segundo — Como sabe disso?
— A carta da mamãe.
— Mexeram nas nossas coisas — Seus olhos foram de mim para o loiro.
— Tio, preciso dizer que sou inocente e o culpado está morto.
JJ falou.
— Quem está morto garoto?
— John B está morto papai.
— Não falem asneiras — Ele ajeitou a postura — Você já falou com eles? Contou que sabe a verdade?
— Eu ia fazer isso até você chegar.
— Você parecia estar ocupada com outra coisa quando eu cheguei.
— Essa outra coisa está ouvindo — JJ reclamou para si mesmo.
— Você planejava me dar notícias? Tem noção o quanto foi horrível lidar com tudo sozinha?
— Eu sinto muito por isso, mas não podia voltar ainda.
Coloquei minha garrafa no chão.
— Preciso me trocar e sair — Avisei já caminhando para o andar de cima, mandei uma mensagem a Topper perguntando se podíamos conversar e quando deixei minha casa ela já estava vazia mais uma vez.
— Já estava aqui ou veio correndo?— Perguntei me sentando o lado dele na areia.
— As vezes eu venho até aqui e fico imaginando que a qualquer momento ela vai aparecer no horizonte em um barquinho com aquele sorrisao.
— As vezes eu também faço isso, passei uma vassoura no castelo e pude sentir John B rindo do meu feito inútil.
Aquilo precisa de mais que uma vassoura para ser limpo.
— Acha possível? Que eles ainda estejam vivos?
— Sem corpo sem morto.
— Sobre o que quer falar?
Tirei a foto do bolso do meu moletom.
— Onde conseguiu isso? Eu ainda tenho esse ursinho em algum lugar.
— É do dia do meu nascimento, minha mãe sempre guardou par que eu pudesse descobrir a verdade.
Topper olhou para a foto e depois para o meu rosto.
— É impossível, meus pais disseram que perderam uma filha, que a única filha que tiveram está morta.
— Parece que não só a minha vida foi uma mentira — Anunciei.
— E o que você vai fazer sobre isso? Se mudar para minha casa e esperar ter dias felizes em família? Não preciso te dizer que é impossível essa segunda opção.
— Vou me matricular em Yale.
Topper olhou para mim dizendo um "o que?"
— Vou me matricular em Yale e contratar alguém para ajudar o Rafe, vou tirar ele desse lugar.
Falei em voz alta a ideia que acaba de surgir em minha mente, isso enquanto meu lado racional dizia que ele tentou me matar.
— Que ideia estúpida é essa agora? Ficou rica e também burra?
— Você tem a chance de sair desse lugar também, não disperdiça a chance — Me levantei — Avisa para os seus pais que vou aparecer pro jantar e que ja tive muito amor familiar, mas a grana veio em um otimo momento.
No momento em que eu preciso deixar Outer Banks para traz.
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Opostos - Rafe Cameron
FanfictionAjudar Rafe não estava em nenhum dos planos de Naya, se apaixonar por ele era completamente impossível.