❝𝐈𝐅 𝐘𝐎𝐔'𝐑𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐓𝐄𝐑.❞ ➛ manjiro sano.

chapter 4.

Dia seguinte.

─ [nome]... [NOME]!

Rolei preguiçosamente pela minha cama, ouvindo meu nome ser chamado pela décima vez no dia, ah, deveria ser apenas um sonho... Não era?

Cedendo para o sono novamente, fechei os olhos na intenção de dormir por quem sabe, o resto do dia. Bem, isso se a porta não fosse esmurrada repetidamente, como se dessa vez fosse ser derrubada.

─ [NOME], ACORDA LOGO OU A GENTE VAI SE ATRASAR! - e como uma lampada se ascendendo, aquela frase iluminou toda minha mente lenta.

Eu vou me atrasar, puta merda!

No desespero, me levantei imediatamente para sair da cama, nem percebendo que a coberta tinha se enrolado no meu pé direito, me fazendo tropeçar e cair segundos depois.

─ Mais que porra! - praguejei, jogando a coberta para cima da cama e correndo para a porta principal, destrancando-a e dando de cara com Hiroki.

─ Eu achei que você tivesse morrido! - ele disse, botando a mão no peito e suspirando. ─ Te mandei 9 mensagens e nem recebendo você tava!

─ Meu celular ta carregando desligado, foi por isso. - respondi, correndo de volta pro' meu quarto. ─ Quantas horas são agora?

O de fios alaranjados pegou o celular, ligando e o virando para mim; 07:27. Merda, merda, merda. As aulas começavam às 08:00!

[ • • • ]

─ Conseguimos chegar a tempo! - exclamei, entrando na sala lotada.

─ Graças a Deus... - sorriu. ─ O professor chegou. - o garoto apontou para a porta com a cabeça, e eu olhei.

─ Bom dia a todos. - o senhor de meia idade disse entrando na sala, também recebendo o nosso "bom dia". ─ Espero que estejam bem... e para começar bem também, abram o livro na página 64.

Completamente desinteressada, peguei o livro e o abri na página mencionada, vendo textos, exercícios e fotos. Achando engraçada uma em especial.

─ Hiroki... psiu. - chamei, não me virando completamente para trás. ─ Olha esse bicho aqui... - apontei, o ouvindo responder um "e que que tem?". Sorri, sentindo meu rabinho imaginário balançar para os lados, essa vai ser minha maior vigarice.

─ Parece você, quase confundi. - segurei o riso. ─ Já ia falar pra você reclamar de direito autorais.

─ Ah é? - ele riu, enquanto passava algumas páginas. ─ Olha o bicho da página 73, igualzinho a você. Seria o seu clone?

Curiosa, passei as folhas até chegar na página que ele tinha dito, e o que tinha na ali era a foto de um tamanduá com sua lingua para fora em formigueiro. Ele me chamou indiretamente de linguaruda?

─ É, sou eu e a gostosa da sua ma-

PÁ.

─ Saiam do caminho, inferno! - alguém disse ao lado de fora da sala, tirando todo meu foco de irritar Hiroki quando a porta se abriu lentamente.

Não brinca.

─ Ah, aqui esta ele... - o garoto de ontem, Mikey - se não me engano -, disse entrando na sala de aula sem mais e nem menos. ─ Vem "brincar" com a gente, Takemitchy!

Esse cara não bate nem um pouco bem da cabeça. E aliás, quem é "Takemitchy"?

─ U-um, é... rapaz, estamos no meio da aula... - o professor disse. ─ Se retire, por favor. Você e os envolvidos! Se não querem participar, não atrapalhem.

A sala ficou em um silêncio profundo, tudo o que se ouvia era o ventilador e alguns gemidos de dor que vinham do corredor. Entretanto, no meio daquele silêncio, um garoto loiro se levantou timidamente, recebendo olhares curiosos. Sua ação me deu um frio estranho na barriga.

─ Que clima tenso... - Hiroki comentou, porém, aquela frase saiu um pouquinho alta demais.

Mikey parecia ter escutado, já que lançou um olhar tedioso para ele, parecendo se surpreender quando me notou em frente ao ruivo.

─ [nome]-chin! Que bom te ver de novo, vem com a gente também! - ele sorriu.

Como alguém tão sem noção, poderia tanto se parecer com uma criança inocente?

─ O que? - sussurrei inquieta com a atenção extra naquela sala, é cada uma. ─ Eu tenho aula, n-não posso ir.

Você pode ir sim sua frouxa!

─ Ela só tava brincando, é claro que ela vai! - o garoto atrás de mim se manifestou. ─ Você anda tão serelepe ultimamente [nome], até eu achei agora que você quisesse mesmo estudar... - continuou, me chutando disfarçadamente por baixo da mesa.

Traidor desgraçado!

─ Hahah, é claro que eu vou...! - ri falsamente, levantando e indo para perto dos garotos que agora saíam da sala, mas antes, lancei para o traidor meu olhar mais mortal.

─ Mikey, já terminou? - o cara tatuado apareceu se encostando no batente da porta, recebendo um aceno do menor. ─ Então vamos andando.

Senhor... aonde eu fui amarrar o meu burro?