Thirty

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The last day of the trip

Sunday, 11h45 AM.

Domingo.

O último dia de viagem.

Daqui algumas horas, não haveria mais praia a poucos metros de distância, pés na areia, calor e piscina, pele bronzeada. Nenhuma rotina flexível, dormir tarde e acordar mais tarde ainda, sorrisos fáceis, festas e sexo durante a madrugada. Ou liberdade...

Era oficial.

O final de semana na paz e calmaria de Malibu chegava ao fim hoje!

Soltei um bocejo contido e preguiçoso enquanto me sentava no sofá. Depois de jogar minha bolsa em um canto mais afastado no chão, eu deixei meu corpo exausto deslizar no estofado macio e confortável. Apoiei as pernas em cima da mesinha e repousei as mãos de dedos entrelaçados na barriga, fitando um ponto específico do teto sobre minha cabeça.

Apesar de todos termos entrado em um consenso de que seria melhor só pegar a estrada de volta para Hesperia no meio da tarde, eu havia resolvido me adiantar na tarefa de organizar minhas coisas desde ontem a noite mesmo. Para não correr o risco de esquecer de nada.

Como uma boa estudante de Direito e futura advogada, eu gostava de ter tudo sob controle. Ou pelo menos gostava de achar que tinha.

Totalmente o contrário dos meus amigos, que estavam em seus respectivos quartos naquele exato momento, correndo contra os ponteiros do relógio para tentar terminar de arrumar suas malas a tempo.

Afinal, faltavam só alguns minutos para o meio dia. E antes de irmos embora de vez, ainda íamos parar em um restaurante no píer para almoçar.

Por isso, eu estava completamente sozinha naquela sala enorme e silenciosa agora, apenas com a vista do mar através da janela panorâmica me fazendo companhia.

Esperando...

O preço que eu pagava por ser a pessoa mais responsável do grupo.

Sem muitas opções de como me entreter, eu tirei meu celular de dentro da mochila. Ao desbloquear o visor, a primeira coisa que eu fiz foi entrar no Whatsapp. Procurei a janela da conversa com a minha mãe e comecei a digitar algumas palavras, avisando que estaria de volta em casa antes do anoitecer. Como as mensagens não chegaram logo de cara, deduzi que ela e o papai estavam na igreja. Por ser domingo e por causa do horário. Então, não me preocupei.

Peguei o fone de ouvido também e o conectei ao aparelho, clicando no aplicativo do Spotify logo em seguida. Assim que encontrei uma playlist interessante o bastante, eu a coloquei para reproduzir em ordem aleatória. E resolvi dar uma olhadinha rápida nas minhas redes sociais.

Só para passar os minutos...

Estava distraída, escutando uma das minhas músicas favoritas que tocava em um volume razoável. Ao mesmo tempo que rolava o feed do Instagram de cima para baixo, curtindo algumas fotos que os meninos e Katherine haviam postado no decorrer dos dias. Foi quando tive a impressão de ouvir o eco de uma voz distante me chamando. Franzi a testa e me ajeitei em postura reta no lugar, tirando o fone de um lado do ouvido. No momento em que desviei os olhos da tela do celular, acabei me deparando com Joel sentado numa poltrona na minha frente, me encarando com as sobrancelhas erguidas.

Quase revirei os olhos, mas me controlei o máximo que pude.

Era incrível como sempre tinha que ter alguém para estragar com o nosso bom humor. E na minha vida, ultimamente, essa pessoa indesejável vinha sendo Joel.

- Você falou alguma coisa?

- Na verdade, eu falei sim... - ele confirmou, se sentando na beira da poltrona e apoiando os cotovelos nas pernas inquietas. - Estava perguntando se você conseguiu aproveitar bem o final de semana.

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