Thirteen

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We need to talk

- Atende, por favor... - digo pra mim mesma enquanto entro em casa tentando fazer o mínimo de barulho possível.

O relógio já marcava 03h10 da madrugada, desde que meu expediente no bar acabou eu estava tentando falar com Chris.

10 mensagens enviadas, umas 12 ligações feitas e nada. Nenhuma resposta. Todas as chamadas rejeitadas.

E eu sabia que ele estava acordado, o "online" estava alí, além dele estar visualizando todas as mensagens que eu enviava.

Eu entendia, eu realmente entendia que ele estava com raiva e chateado comigo mas eu só queria me explicar... Eu só queria que ele me ouvisse. 

Deixo minha bolsa em cima da mesa e me jogo no sofá, tentando incansavelmente me comunicar com ele.

Os minutos passavam e a cada ligação dada e rejeitada era um aperto a mais no meu coração.

Eu odiava brigar com qualquer um deles, só que odiava ainda mais brigar com o Chris.

Eu não sabia como explicar nossa relação, éramos muito mais que apenas dois melhores amigos. Nós tínhamos algo único. Único, verdadeiro e que era tudo pra mim.

Mando uma última mensagem, dessa vez ele demora um pouco para ver, me mantenho esperançosa de que ele vá responder e meu coração salta assim que eu vejo o "digitando".

Ele poderia estar escrevendo pra eu parar de insistir em falar com ele ou ele poderia estar escrevendo dizendo que estava pronto pra me ouvir... Eu realmente não me importava qual seria sua resposta, tudo o que eu precisava era de um sinal de vida dele. Só isso.

Mais alguns minutos digitando e o mesmo para e então o online que estava embaixo de seu nome é substituído pelo visto por último.

Engulo em seco e bloqueio o celular colocando as mãos no rosto.

Ponto pra você, Alison, conseguiu fazer com que seu melhor amigo te odiasse.

[...]

Zabdiel

- Baby...

Katherine soltou um último suspiro longo e pesado antes de rolar para o outro lado da cama, deixando a cabeça repousar em cima do meu peito. Pude sentir com perfeição sua respiração quente e ofegante contra a minha pele, o corpo levemente trêmulo em meus braços e os batimentos cardíacos descompassados que se misturavam com os meus.

Fechei os olhos por um instante, inspirando o ar com força para dentro dos pulmões e o expirando devagar em seguida. As mãos dela foram parar no meu abdômen, desenhando círculos em minha barriga com a ponta dos dedos. Enquanto as minhas deslizaram por suas costas, subindo e descendo por toda extensão de sua coluna suada, em uma carícia lenta.

Ficamos assim por alguns minutos. Não soube dizer exatamente quanto, mas foram muitos. Em silêncio e quietos, apenas curtindo o momento. Depois daquela transa matinal incrível, a única coisa que podíamos fazer era esperar que nossos corpos voltassem ao normal, se acalmando aos poucos.

- Nena? - a chamei baixinho, dedilhando seus braços. Ela nem se mexeu. - Katherine? Garota, eu não acredito que você dormiu de novo.

- Não estou dormindo, só tentando me recuperar disso tudo. Você me deixou exausta - ela apoiou o queixo no meu peitoral e me olhou, sorrindo com preguiça. - Bom dia, baby.

- Agora sim é um bom dia, né? - retribui o sorriso, entrelaçando uma de minhas mãos na sua. - Nada como acordar assim, com você aqui... Eu poderia me acostumar facilmente com isso.

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