Seventeen

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Sin Pijama

- Esse é um dos meus clichês favoritos.

Murmurei assim que o filme que estávamos assistindo chegou ao fim, sem tirar os olhos da televisão, vendo os créditos passando rapidamente pela grande tela escurecida.

- É mesmo? - Erick soltou um riso baixo, passando um dos braços em torno dos meus ombros, o apoiando no encosto do sofá. - Então isso significa que eu acertei na escolha?

- Com certeza - assenti no mesmo instante. - Simplesmente Acontece sempre vai ser uma ótima escolha - suspirei, me encolhendo de baixo do edredom. - Você acertou em cheio.

- O que eu posso dizer? - ele soltou um suspiro e deu de ombros, se gabando. - Sou um homem de bom gosto, Alison.

- E muito convencido também - não pude deixar de rir de seu comentário. - Mas ainda acho que você só escolheu esse filme pra tentar me impressionar.

O encarei, estreitando os olhos de uma maneira divertida.

Erick se levantou do sofá, recolhendo a vasilha de pipoca, o prato de brigadeiro e algumas latinhas de refrigerante vazias que estavam espalhadas pelo chão. Não percebi que tínhamos comido tanto durante o filme até vê-lo carregando tudo aquilo entre os braços.

- Talvez sim, talvez não... É uma possibilidade - parou na minha frente, ainda tentando equilibrar todas aquelas coisas. - Você nunca vai saber.

Ele riu e me lançou uma piscadela, seguindo seu caminho para cozinha.

Balancei a cabeça negativamente, me ajeitando em meu lugar. Peguei minha bolsa que estava jogada no canto do sofá, tirando meu celular de dentro. Destravei o visor, vendo que faltavam apenas alguns minutos para às 10 da noite. E aproveitei que o aparelho já se encontrava desbloqueado em minhas mãos para checar as notificações também. Porém, nada de muito importante.

Enchi os pulmões ar e soltei com força.

Ainda estava muito cedo para mandar mensagem ou fazer uma ligação para os meus pais, não é? Eu provavelmente só iria ficar ali por mais uma ou duas horas mesmo, conversando e fazendo um pouco de companhia para Erick. Depois ele com certeza se ofereceria para me levar pra casa. Ou eu poderia chamar um Uber.

Sem problemas.

Eu não pretendia demorar mais do que o necessário.

- Ali, você quer alguma coisa pra beber? - ouvi Erick perguntar da cozinha. - Mais refrigente, suco, água? Ou sei lá... Talvez um pouco de café? - propôs. - Se preferir algo mais forte, tem cerveja também.

- Pode ser a última opção - ri.

Um pouco de álcool não me faria mal nenhum, não é mesmo? Afinal, era final de semana e eu estava no meu dia de folga. Podia me dar aquele pequeno luxo.

- Já vou levar.

Larguei minha bolsa e o celular no canto, me esparramando em cima do sofá. Erick não demorou muito para voltar para sala. Ele saiu da cozinha alguns minutos depois, trazendo consigo duas garrafas pequenas de cerveja, entre os dedos. Me entregou uma e sentou do meu lado de novo.

- É engraçado, não é? - murmurei após algum tempo em completo silêncio, atraindo a atenção de Erick para mim. - A forma como amor e namoro são retratados nos filmes?

- Como assim?

Ele me olhou com a testa franzida, certamente sem entender.

- Não tem absolutamente nada a ver com a vida real. Eu não sei bem como explicar... - gesticulei, fazendo uma careta. - É diferente na ficção. De um jeito bom, entende? Acho que é o tipo de romance mágico e bonito que quase toda garota sonha em viver um dia.

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