First classes and first steps
Saturday, 4h45 PM.
Joel
Estudar nunca foi o meu ponto forte. Sempre que havia provas eu tirava duas horas do meu dia para dar uma revisada nas partes mais importantes e depois largava.
A possibilidade de reprovar me fez rever todos os sermões que eu já recebi na vida e eu definitivamente não queria receber mais um caso isso acontecesse.
Apesar de ter aceitado eu não tinha acredito muito que a Alison iria realmente me ensinar e me ajudar aqui em casa até receber uma mensagem dela confirmando o horário que estaria aqui.
Não que tivesse algum problema dela vir pra cá mas achei que ela estaria mais a vontade estudando na biblioteca.
Corri pra pegar minhas coisas e aproveitei para dar uma última olhada no meu caderno, ela não precisava saber que eu era tão burro assim que não sabia nem uma vírgula da matéria.
E pensar que pela Alison eu estou me preocupando em parecer um pouco mais inteligente, coisa que nunca aconteceu quando eu me encontrava com alguma garota para "estudar".
Três intermináveis horas já haviam se passado, eu não aguentava mais e a Ali percebeu isso tanto que pediu pra darmos uma pausa e eu imediatamente concordei.
- Hoje está mais quente que o normal.
Campbell reclamou enquanto se levantava da cadeira em que estava sentada e caminhava em passos lentos para fora da varanda.
Fui andando atrás dela.
- Mais ou menos - murmurei, parando ao seu lado na beirada da piscina. Só que numa distância respeitosa. É claro! - Acho que foi bom ter vindo estudar aqui fora...
- Definitivamente - ela riu e empurrou os cabelos para trás da orelha. Então ficou em silêncio por um minuto. Porque estava inspecionando o ambiente. - Era aqui que você morava antes de se mudar?
- Sim - respondi de imediato. - Minha mãe e minha avó não quiseram se desfazer da casa quando a gente foi pra Los Angeles. E nem agora que voltamos também. - exalei um suspiro pesado e profundo. - Não fazia nenhum sentido pra elas. Sabe?
- Entendo... - ela balbuciou baixinho. Eu não estava a encarando, mas podia sentir seus olhos cravados em mim. - Sua família deve ter muitas memórias boas daqui.
- Ah, nós temos mesmo. Eu consigo me lembrar perfeitamente da minha infância com os meninos nessa casa. A gente corria uma atrás do outro, brincava de luta e se machucava o tempo todo. Minha mãe só faltava enfartar de preocupação.
Geralmente, eu não costumava falar sobre minha vida pessoal com ninguém. Se tinha uma coisa que aprendi desde muito cedo, era que as pessoas quase nunca se importavam com o que os outros diziam. Contudo, Alison me ouviu com atenção. E agora estava sorrindo como se eu tivesse acabado de contar a melhor história do mundo.
Isso fazia valer a pena cada palavra.
- Com razão, né? - ela pressionou a boca, tentando abafar o riso. - Vocês deviam ser terríveis quando eram crianças.
- Dizem que ainda continuamos sendo - lhe lancei uma piscadela.
Alison negou com a cabeça, repreendendo o rastro de um sorriso divertido que ameaçava se formar em seu rosto. E me olhou com o lábio inferior preso entre os dentes.
Eu a conhecia o suficiente para saber que ela estava se contorcendo para me perguntar alguma coisa naquele momento...
- Foi difícil pra você? - Campbell finalmente soltou a pergunta, se aproximando um pouco mais de mim. - Deixar toda sua vida aqui em Hesperia pra morar em Los Angeles?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Not Steady
RomanceEles eram o oposto um do outro, ela era água e ele o fogo, ela a calmaria e ele a tempestade, enquanto ela dizia "sim" para tudo, ele dizia "não" para tudo, enquanto ela colocava os outros em primeiro lugar, ele se colocava em primeiro lugar. Duas p...