Eight

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Unexpected situation

Sunday, 10h30 AM.

Alison

Era impressionante como o final de semana se passava rápido. Um dia era sexta-feira e eu estava livre de quase todos os meus compromissos, no outro já era domingo e faltavam apenas algumas horas para o meu único dia de folga chegar ao fim. Tudo isso em um piscar de olhos.

As vezes eu só queria que o tempo parasse por um momento...

Deixei que um bocejo baixo escapasse da minha boca, enquanto me ajeitava em postura reta no banco ao lado do meu pai e da minha mãe. Passei as mãos pelo rosto e esfreguei os olhos com força, no intuito de afastar a preguiça e o cansaço que pareciam estar impregnados em mim para o mais longe possível.

Ainda me encontrava levemente desorientada por causa do sono, mas continuava tentando manter minha atenção focada no culto e em todas as coisas que o padre falava.

Porém, não estava sendo fácil.

Cruzei os braços e suspirei longamente, deslizando o corpo no banco.

Sim, eu estava na igreja junto com meus pais. Apesar de não ser muito religiosa e não acostumar ir sempre, como já havia dito antes, eu gostava de frequentar os cultos as vezes. Além de ser uma ótima oportunidade de passar mais tempo com minha família, eu também me sentia completamente em paz ali.

Entretanto, já não estava mais conseguindo absorver nenhuma palavra sequer da pregação. Tamanha era minha vontade de fechar os olhos e adormecer...

Meu pai amado.

Pisquei, dando dois tapinhas fracos em cada lado da bochecha.

Alison, você precisa despertar!

- Tudo bem, filha? - como se estivesse lendo meus pensamentos, minha mãe tocou minha mão e me encarou. - Você parece tão inquieta...

- Não é nada. Acho que eu só preciso de um pouco de ar - respirei fundo. - Vocês não se importam se eu sair agora, né? Faltam só alguns minutos pra acabar aqui mesmo...

- Não, querida, pode ir - meu pai respondeu em um sorriso.

- Está se sentindo bem o suficiente pra ir sozinha? Não quer que eu vá junto? - mamãe perguntou.

- Estou sim, mãe, não se preocupe - ri, beijando sua mão. - Fiquem aqui e terminem de assistir o culto. Eu vou ficar esperando lá fora, ok?

- Ok, meu amor - eles concordaram. - Cuidado!

- Eu sempre tenho.

Balancei a cabeça e levantei do banco, mas não antes de depositar um beijinho na testa do meu pai. Comecei a andar, desviando das pessoas que estavam sentadas na mesma fileira que nós. E depois de alguns esbarrões, finalmente consegui chegar ao lado de fora.

Fechei a porta com cuidado, soltando o ar que nem percebi que ainda estava segurando...

Agora sim.

Fui caminhando em passos lentos e despreocupados pelo enorme corredor, aproveitando que não havia mais ninguém além de mim por ali. Não sabia exatamente pra onde queria ir, então apenas continuei seguindo em frente.

Estar em movimento me ajudava a espantar a moleza do corpo.

Só parei alguns minutos depois, quando avistei a porta de saída da propriedade. Encostei na parede que dividia o lado de fora do lado de dentro, passando a observar a circulação de pessoas e veículos na rua. Tudo estava tranquilo e silencioso por ali, mas eu sabia que era só uma questão de tempo para aquilo mudar.

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