𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 𝐈𝐍 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓, suna rintarou

Capítulo 6

Não era para isso acontecer, pelo menos, não tão rápido.

Ele realmente estava tão mal assim?

Mal fazia um dia que seus comprimidos haviam acabado e os sintomas da abstinência estavam vindo de uma vez. Quando ele deixou chegar nesse ponto? Não podia ficar horas sem suas drogas e já se sentia um lixo desse jeito. Ele sabia que já não tinha mais reparo.

Abaixou a tampa do vaso quando ouviu o celular tocar, pensando que talvez fosse você, afinal, não era como se ele recebe ligações de outras pessoas, ele só tinha você. Usou enxaguante bocal antes de sair do banheiro, pegando o celular no momento em que a ligação encerrou, mas ele não demorou muito para retornar. Surpreendentemente, não era você.

— O que foi?

— E aí, Sunarin! – Terushima disse animado do outro lado da linha. – Fiquei sabendo que voltou pra cidade.

Claro que havia ficado sabendo, ambos tinham o mesmo traficante.

— Uhum, voltei.

— Entãooo... Vou te dar uma festa de boas-vindas, se não aparecer, eu mesmo te busco! Aqui em casa, hoje às... Onze e meia.

— Ah, não sei não, cara... Tô tentando ficar limpo.

— Pff... Você sempre tá tentando, nunca consegue. – ele gargalhou, Suna revirou os olhos, não era nem um pouco engraçado. – Mas vão ser só algumas bebidas e baseado, nada demais, pode confiar. Trás sua garota, aquela lá... Esqueci o nome, mas tenho certeza que tão juntos, né?

— É... Acho que sim. – ele suspirou, se sentando no sofá, encostado na parte fofa. – Beleza, apareço lá.

— Boa, até mais tarde então!

Rintarou resmungou um ''até'', desligando o celular e o jogando no assento vazio ao lado. Respirou profundamente, alcançando a seda e o que precisava para bolar um baseado. Fez rapidamente, dando uma tragada demorada quando o acendeu. Pelo menos aliviava, não como ele queria ou como ele precisava, mas era de fato, uma pequena ajuda.

Jogou a cabeça para trás, a deixando apoiada no sofá, levando o baseado até a boca de tempos em tempos. Sua cabeça ainda doía e sentia o estômago revirado, mas como dito, havia melhorado levemente, não sentia mais tanta vontade de vomitar.

Não pensava em nada, talvez estivesse tão chapado que os pensamentos apenas não se formavam, mas certamente, ele não estava fazendo esforço algum para manter a cabeça vazia. Saiu do seu pequeno transe quando seu celular notificou uma mensagem sua, ele reconhecia o toque, já que era diferente das outras.

Ele respondeu rapidamente, não era nada demais, só você puxando assunto, como era horário de almoço, provavelmente você estava fazendo algo para comer, assim ele esperava. Suna estava preocupado com você, até demais, nas madrugadas quietas ou quando os pensamentos transbordavam da sua mente, você era o que predominava por ali.

Mas ele não tocaria no assunto de novo, ele percebeu como você havia ficado desconfortável e contanto que você não estivesse sendo um perigo para si mesma, ele faria vista grossa – ou pelo menos tentaria.

De qualquer maneira, ele cuidaria você. Ele sempre cuidaria de você.

— Oi, linda. – disse quando você atendeu a ligação. – Como você tá?

— Tô bem, Rin. Fazendo meu almoço e você? Já comeu?

— Uhum, acabei de comer macarrão instantâneo, diretamente da prateleira do mercado. – você soltou uma risada alta.