Capítulo 14

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AVISO: postei todos os capítulos seguidos um do outro, então, por ventura, pode ser que você tenha caído em um que não esteja na ordem correta. Se esse for o caso, volte até o capítulo que tem o nome de ''Aviso''


— Consegue andar? – Atsumu perguntou, Suna assentiu de leve. – Vou te ajudar, vem.

O ajudou a sair do carro, Atsumu colocou o braço do amigo por cima do próprio ombro, o ajudando entrar em seu prédio sem muita dificuldade, Hana o seguia logo atrás. A loira saiu na frente, abrindo a porta do apartamento, ela não estava trancada já que havia sido deixado as pressas na noite anterior.

O cheiro de bebida e cigarro ainda eram predominantes, a primeira coisa que Hana fez havia sido abrir as janelas e a porta da sacada, esfregando o nariz para tentar se livrar do cheiro ruim ou ao menos se acostumar um pouco. Atsumu levou Suna até o quarto, o colocando na cama.

— Vamos preparar alguma coisa pra você comer. – ele disse, ajeitando os travesseiros na cabeça do amigo. – E passaremos o dia aqui, beleza?

— Cadê ela, Tsumu? – perguntou com a voz fraca, repousando os olhos cansados no loiro.

Atsumu suspirou pesadamente, sentando-se na beira da cama, encarando Suna com um pequeno sorriso no rosto. Ele sempre soube como o amigo sofria pelo vício, praticamente desde o colegial, havia poucas memórias quais Suna realmente estava livre disso, lembrava do amigo com um sorriso leve no rosto, os olhos vermelhos pelo baseado que sempre fumava antes da aula, e a gravata do uniforme sempre larga demais, mas aquele Suna era praticamente outra pessoa.

Agora ele era quase irreconhecível. As olheiras quase pretas abaixo dos olhos, o cansaço estampado no rosto, mal se lembrava da última vez que viu um sorriso verdadeiro no rosto do garoto. Atsumu esperava que com você de volta na vida do amigo, as coisas melhorariam, e de fato melhoraram, mas não tanto quanto ele esperou.

— Ela foi pra casa da mãe, Sunarin. – seus lábios se formaram em um sorriso fino e reconfortante. – Deve voltar logo.

— Ah... – o olhar do moreno vacilou por segundos, abaixando até o cobertor preto.

— Ela que te achou, Suna... Não foi fácil te ver daquele jeito. Ela deve voltar em pouco tempo.

— Eu sou um fodido, Atsumu. – ele disse sem nem pensar direito. Atsumu se surpreendeu um pouco, Suna não era de falar abertamente sobre ele mesmo. – Vou perder a única coisa boa na minha vida por causa disso.

— Você sabe que não vai perder ela, Suna. Vocês se amam pra caralho, mesmo com toda a dificuldade e ela sabia onde tava se metendo. É normal a [Nome] precisar de um tempo pra ela, mas ela volta, cara.

— O que eu faço? – perguntou com a voz baixa, engolindo seco. – Eu preciso melhorar por ela.

— Sim, você precisa. Mas você quer?

Suna ficou em silêncio, não tinha reposta para aquilo, ele queria... Não queria? Atsumu sorriu fino de novo, se levantando e avisando que o almoço ficaria pronto daqui a um tempo.

Na realidade, após passar tanto tempo praticamente no fundo do poço, ele começou a achar conforto no próprio sofrimento depois de um tempo, a tristeza chegava o agradar, o simples pensamento em se drogar até chegar em um estado vegetativo ou de quase morte, por mais preocupante que fosse, também o confortava.

Durante esses anos separados, ele ficou na reabilitação por meses, frequentou psiquiatras e terapeutas, mas nada adiantava, tudo porque ele não queria.

Procurou pelo celular nos bolsos, o tirando de um deles e desbloqueando, a tela estava um pouco rachada, ele não se lembrava de como isso havia acontecido. Não havia nenhuma mensagem, não sua pelo menos. Entrou na sua conversa, a última vez que você entrou havia sido ainda essa manhã. Suna respirou fundo, esse era o único sentimento qual ele odiava, a culpa.

𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 𝐈𝐍 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓, suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora