Capítulo 21

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AVISO: postei todos os capítulos seguidos um do outro, então, por ventura, pode ser que você tenha caído em um que não esteja na ordem correta. Se esse for o caso, volte até o capítulo que tem o nome de ''Aviso''


O whisky que rasgava a garganta conforme descia nem era tão incômodo para Suna. O silêncio instalado naquele apartamento, que antes era preenchido por suas gargalhadas, era ainda pior do que o gosto ruim de um destilado qualquer.

Ouvia cada batida de seu coração, explodindo em seus ouvidos, sua cabeça latejava conforme os batimentos, deixando tudo mais insuportável. A dor emocional era tanta que se tornava física.

Já amanhecia e a garrafa já estava praticamente no fim, sua consciência oscilava, passava alguns minutos desacordado, e algumas vezes, recuperava os sentidos em um susto, pela buzina de um carro ou um motor de uma moto. Estava sentado no sofá da varanda, sem se importar com o frio que fazia, mesmo que seu corpo tremesse sem parar.

Em algum ponto, caiu no sono, nem um pouco pacífico. Pelas horas que dormiu, o mesmo pesadelo rodava como um filme em sua mente; você indo embora, repetidas vezes, o deixando sozinho.

Mas não era um pesadelo, era a mais pura realidade. E Suna, dessa vez, não escaparia dela nem em um sono profundo.

–– Ei. Acorda aí, cara. – Rintarou sentiu uma leve ardência na sua bochecha, levando alguns tapas repetidos até abrir os olhos.

Resmungou um palavrão ao ver o rosto sério de Osamu na sua frente, impedindo que a luz do sol, já alto no céu, batesse contra seu rosto com o braço. Seu corpo estava pesado, sua cabeça doía como nunca e parecia que iria vomitar a qualquer segundo.

Osamu revirou os olhos, tirando a garrafa do sofá e a colocando em cima da pequena mesa da sacada. Respirou fundo e puxou Suna pelo braço, apoiando o corpo do moreno no seu e o levando para dentro, fechando as cortinas após o colocar no sofá.

–– Vai tomar um banho. – Osamu disse. –– Tá cheirando a bebida.

–– O que você tá fazendo aqui? – Suna perguntou grosso, se levantando com dificuldade do sofá.

–– Vim pegar uma coisa que a [Nome] pediu.

–– Você sabe onde ela tá? – Rintarou encarou Osamu, nada feliz.

–– Sei. – deu de ombros. –– Mas não vou dizer.

Em questão de alguns segundos, Suna empurrou Osamu contra a parede, prensando o pescoço do Miya com o antebraço. Mas ele não pareceu assustado.

–– Fala.

–– Você não cansa de ser babaca, né? – Osamu disse com dificuldade. –– Suna, lembra que eu não sou seu amigo, mas sim dela, não vou falar algo que vai contra o que ela quer. Por escolha dela, vocês nunca mais vão se ver, e por mim, eu ajudarei nisso com o maior prazer.

–– Caralho, Osamu. – ele bradou, enfiando o punho contra a parede, rente ao rosto de Osamu, que sequer piscou.

Suna encarou o outro nos olhos por alguns segundos, não demorando muito para sentir os seus lacrimejados e, mais uma vez, as lágrimas começarem a rolar. Se afastou de Osamu, cambaleando até o sofá de novo. Escondeu o rosto nas próprias mãos, iniciando um choro quieto.

Osamu sabia que ele não estava bem e não ficaria bem por muito tempo. Por mais que Suna fosse um grande otário, ele te amava e você era a única coisa que realmente prestava na vida de Rintarou. Então era difícil para caralho, além do fato que ele também já havia experimentado a dor de te perder.

𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 𝐈𝐍 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓, suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora