Alguns dias depois
— Falta muito tempo?
— Uma hora, amor. – ele respondeu. – Já ficou entediada?
— Não. – você riu fraco, pegando o celular dele do porta-copos e mudando a música, colocando Mrs Magic, Strawberry Guy. – Só tô um pouco entediada.
Suspirou, colocando os pés em cima do painel do carro. Era fim de semana mais uma vez, vocês decidiram que não ficariam no apartamento ou na cidade, então Suna arranjou com o pai uma casa de campo, passariam o fim de semana lá, apenas vocês dois, sem internet, completamente afastados do mundo real.
Já haviam comprado o que cozinhariam e outras coisas que provavelmente precisariam, a viagem era um pouco longa, mas as paisagens eram bonitas, então você aproveitava o máximo. Já estavam na estrada de terra, que era cercada por um caminho lindo de árvores floridas.
Suna alisava sua coxa com o polegar enquanto você tinha os braços apoiados na janela, com os olhos fixados na estrada.
Estavam melhor.
Você conseguiu perceber o quão culpado ele se sentiu. Suna não era do tipo manipulador, ele não choraria pelo seu perdão ou algo do tipo, ele tinha seus defeitos, mas esse não era um deles. Pelo contrário, ele deixou claro que errou, reconheceu isso. Ficou chateada por uns três dias, até agora estava um pouco, sendo sincera, mas ele não forçaria a barra.
Se você quisesse conversar, ele faria. E ele sabia que se você quisesse ele longe, já teria mandado – por mais que não fosse uma opção, não conseguiria manda-lo embora.
Então estavam bem. Ele havia aberto o jogo com você, não havia sido apenas algumas bebidas aquele dia e pelo o que você viu, o vício piorava cada vez mais. Talvez no começo, ele tinha uma parcela de culpa, por querer se afundar, mas agora você via que não era mais isso.
Suna não queria mais usar nada, ele só não conseguia parar. Ele já estava no fundo do poço, atolado na lama e sujeira depois de dias tempestuosos.
Uma grande parte dessa viagem era por isso e fariam as coisas certas daqui para frente. Sem álcool, sem remédios, mesmo para dor de cabeça, a única coisa que estavam levando eram alguns baseados já enrolados, você sabia que ele era ansioso e ele precisaria de alguma coisa para aliviar. Não era como se ele pudesse largar todos os vícios de uma vez, por mais que ele quisesse muito.
Conversaram sobre ele voltar para uma clínica, mas ele não quis, você não forçou, foi apenas uma ideia que apareceu na mente e achou justo colocar em mesa. O ajudaria com o que precisasse, sem problemas algum e se as coisas piorassem, repensariam melhor na ideia.
Chegaram um tempo depois, tiraram as malas do carro e arrumaram as coisas. A casa era linda, antiga, assim como toda a decoração, não havia quase tecnologia nenhuma por ali, talvez nem tomadas, as únicas eram para o fogão, geladeira, entre outras coisas que precisariam. Mas não se importavam, na verdade, até preferiram. Seria como se apenas você e ele existissem no mundo e era exatamente o que precisavam agora.
— Nós deveríamos vir morar aqui. – ele disse com as mãos nos quadris, você deu risada, o abraçando por trás. – Pena que já tem dono.
— É... E eu não sei se ia aguentar ficar muito tempo sem internet. – você deu risada. – Você também não aguenta ficar sem ver aquele reality show das Kardashians.
— Porra! – ele gargalhou. – É verdade, eu preciso ver a Kim e a Kourtney brigando mais uma vez. – foi sua vez de soltar uma risada alta, ele se virou para você, com um sorriso leve no rosto.
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𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 𝐈𝐍 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓, suna rintarou
Fanfictionart da capa @blaccmochi no twitter Mesmo vocês sendo os próprios culpados por seus corações quebrados, talvez não tivessem mais conserto. Algumas coisas foram feitas para serem passageiras e não permanentes.