𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 𝐈𝐍 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓, suna rintarou

Capítulo 4

A semana se passou e você já entrava de férias.

Durante esses sete dias, você e Suna estavam se acertando, como se estivessem se conhecendo de novo. Ele estava diferente, não pior, nem melhor, apenas diferente, mas você não disse nada, não tinha o porque dizer algo, já que ele não havia te dado motivos, talvez fosse apenas coisa da sua cabeça.

Não haviam se visto todos os dias, Suna tinha o trabalho dele também e como dois adultos, vocês eram ocupados, mas ainda conversavam por mensagens e ligações no fim da noite.

Ele estava viajando a trabalho desde quarta-feira, já sendo sexta e estava programado para voltar apenas no domingo, o que não era problema para você, contava com Hana para te distrair esse fim de semana.

Mas não conseguiu, algum parente próximo dos Miya havia falecido e eles tiveram que viajar, então era apenas você, o que era péssimo. A última vez que você ficou sozinha por tanto tempo, você acabou no hospital por ter desmaiado de tão fraca que estava, já que não colocou comida na boca.

E como havia previsto, não estava diferente. Sexta-feira a noite, assim que acabou de chegar do trabalho, tomou um longo banho na banheira, colocando um pijama qualquer, fez seu jantar, mas não comeu tudo, deixou o resto na geladeira. Então foi para o sofá, começando a ver um filme qualquer, completamente entediada nos primeiros minutos.

Suna também não te respondia há algumas horas, claro, ele estava em outro país por conta da empresa que trabalhava, então não esperava uma resposta tão rápida dele.

Uma coisa te incomodava, você o tinha de volta, era para estar radiante, com um sorriso no rosto, mas não conseguia. Um sentimento estranho se criava no seu peito e por mais que você os espantasse, os pensamentos intrusivos sempre faziam sua mente voltar até Osamu.

Depois de um tempo, encarando a tela do filme, mesmo com ele passando, a TV parecia desligada, ao mesmo tempo que você olhava, não via nada, era como estivesse presa dentro da própria cabeça.

Nunca gostou de decepcionar as pessoas e a ideia de que havia decepcionado Osamu, alguém que havia ficado do seu lado em péssimos momentos, faziam seu coração doer. Mas você não conseguia chorar, era como uma angústia forte no peito e um peso nos ombros, cansativo demais para conseguir sozinha.

As horas se passavam tão rápido e ao mesmo tempo tão devagar, você mal percebeu quando o sol já raiava, parecia uma eternidade deitada naquele sofá e ao mesmo tempo segundos. O filme já tinha acabado, agora passava um seriado qualquer, o qual você es esforçava para manter os olhos abertos, mesmo que a série não te interessasse tanto.

Pensava em ligar para Osamu, se desculpar, ele merecia que você implorasse por perdão, porque além de você não seguir em frente, o impediu de fazer tal coisa. Se sentia péssima, mas cada vez que tinha a ideia de pegar o celular e rolar pela lista de contatos, desistia, a possibilidade dele não aceitar ou sequer querer falar com você te assustava.

Mas era Osamu, você sabia que ele não faria tal coisa, mas ainda, estava receosa demais para fazer um esforço tão grande.

Então o sábado se passou, você não comeu, não atendeu as ligações de Suna ou Hana, muito menos respondeu todas as mensagens, mas eles tinham que te dar um desconto, até respirar estava sendo difícil. Você apenas se levantava para ir ao banheiro e beber água, não sentia fome, não sentia vontade de fazer outra coisa, sua cama estava sendo seu abrigo no momento e seria por um bom tempo.

Seu fim de semana, que parecia ter durado quase uma semana inteira, se consistiu em apenas assistir algum seriado, rolar pelas redes sociais e tirar alguns cochilos de menos de duas horas, como agora.