Capítulo 3

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Antes mesmo de amanhecer, Suna se levantou, sem fazer barulho algum, já que você dormia tão profundamente, ele não queria te acordar.

Foi até a sala, tateando os bolsos do casaco, procurando o pacote que ele tinha certeza que estava ali. Sorriu ao encarar o pacotinho transparente que segurava entre os dedos, com exatamente três comprimidos brancos, eram apenas analgésicos. Os amassou com uma colher, fazendo algumas carreirinhas e os aspirando com uma nota de dinheiro enrolada.

A queimação no nariz o fazia lacrimejar, mas a sensação era sempre tão boa. Limpou o que sujou e guardou o pacote no bolso do casaco de novo, voltando a se deitar ao seu lado.

O sol já dava seus primeiros sinais entre os prédios e alguns raios batiam diretamente em sua pele descoberta. Suna acariciava seu braço levemente, sorrindo pequeno ao ver os pelinhos se arrepiando ao toque. Ele te achava a pessoa mais bonita do mundo e mesmo que não se achasse bom o suficiente, não era capaz de te deixar ir, ainda mais ficar com outra pessoa.

Ele estava determinado a ser alguém melhor por você, melhor do que jamais foi. Claro que teria que começar a deixar os vícios de lado, mas como já havia feito uma vez, pelo motivo também sendo você, tinha certeza que poderia fazer de novo.

Disse para si mesmo enquanto sentia o calor da sua pele, seriam os dois últimos comprimidos que tomaria na vida.

Ele sabia que não conseguiria dormir, mesmo com a droga, apenas sentia como se seu corpo estivesse flutuando, estava tão leve e sua mente estava tão vazia que se perguntava se realmente valia a pena parar de usar. Mas quando voltou a realidade, longos minutos depois, te encarou deitada, agora com suas pernas em cima dele – as quais ele mal sentia -, lembrava de como você era a melhor droga que ele poderia usar.

Quando o dia clareou totalmente, você dava seus primeiros vestígios que acordaria, Suna apenas estava ali deitado, com os olhos quase fechados, mas ainda te olhando. Ele não havia dormido muito bem essa noite, assim como todas as outras, mas não se importaria de ficar acordado se fosse para te observar.

Abriu seus olhos lentamente, acostumando-se com a claridade do quarto, Suna tinha os lábios levemente curvados em um sorriso, o que te fez sorrir involuntariamente. Agora você se lembrava, nem mesmo dormir sozinha poderia ser melhor do que dormir nos braços dele.

— Há quanto tempo tá acordado? – perguntou com sua voz rouca, espreguiçando-se em seguida.

— Pouco tempo. – respondeu simples. – Dormiu bem?

— Por incrível que pareça, sim. – disse no meio de um bocejo, se deitando de barriga para cima e encarando o teto branco. – E você? – virou a cabeça na direção dele.

— Melhor impossível. Então, o que nós vamos fazer hoje?! – ele perguntou animado.

— Nós...?

— Nós.

— Acho que podemos almoçar juntos... – pensou, vendo se tinha algo a mais para fazer. Era sábado e normalmente você os passava com Osamu. – Mas eu tenho que falar com Samu de tarde.

— Por quê?

— Como assim? Porque eu tenho que falar com ele, ué! Eu tenho meu compromisso com ele, Suna, você querendo ou não, por mais que eu já tenha vacilado, eu ainda tenho que acertar as coisas.

— Não pode fazer isso depois? Vou embora antes de anoitecer, preciso arrumar as coisas na casa nova.

— Acho que tudo bem. Vou mandar mensagem pra ele avisando. – suspirou pesadamente, caçando seu celular pela cama. – Não acha que estamos errados?

𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 𝐈𝐍 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓, suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora