enchanted

3.9K 421 303
                                    

Acordei ouvindo passos no corredor. Bella bateu delicadamente na minha porta.

— Já estou pronta, se ainda quiser ir.

— Quero sim, me dê só um segundo.

Fechei a porta e corri para calçar minhas botas marrons. Pegaria minha bolsa na passada para a cozinha.

— Minhas amigas, Jéssica e Ângela, se convidaram de última hora, espero que não tenha problema.

Quando a encontrei na cozinha, Bella parecia meio constrangida de me contar que incluiu outras pessoas nos nossos planos. Mas não é como se eu fosse recusar. Eu estava procurando maneiras fáceis de fazer amigos, mesmo que por tabela.

Esperamos nossa carona por um tempo na calçada em frente de casa.

— E aí, algum motivo especial para sair hoje? — Perguntei.

— Eu preciso dar uma olhada em alguns livros em uma livraria de Portland... aconteceram algumas coisas estranhas ultimamente e quero chegar ao fundo disso.

— Entendi, como Johnny Depp de Dr.Abberline em From Hell.

Ela me olhou com grandes olhos de Bambi.

— Quase isso.

Acho que não entendeu a referência. Que constrangedor.

Por sorte, Jéssica, a amiga, apareceu não muito tempo depois disso.

Ela dirigia um sedan azul-escuro cheio de arranhões na traseira, e para acabar com minha curiosidade, acabou contando que o carro fora um presente dos seus pais e que os arranhões estavam ali porque ela não era exatamente uma motorista modelo — como pude perceber quando ela começou a fazer ultrapassagens honestamente bastante perigosas.

A outra menina, Ângela, usava óculos e tinha seus cabelos pretos presos em um rabo de cavalo. Era curiosa e achava que eu ficaria bem na capa do jornal da escola e não devia cometer o mesmo erro que Bella ao recusar a proposta.

Bella deu uma risada sem graça e disse que fotos não eram a praia dela, fazendo Jéssica rir também.

Percebendo o clima estranho, sugeri que ouvissemos um CD da Britney Spears que achei no porta luvas e então todas nós começamos a dançar Baby One More Time.

Foi divertido.

Bella resolveu acompanhar as garotas em uma das milhares — dezenas —  lojas de vestidos de Portland para ajudar Jéssica e Ângela a provarem vestidos para o baile, que descobri ser dali a poucos meses.

Particularmente eu achava que era um pouco cedo para isso, mas Jéssica disse que sabia o que estava fazendo e que se não comprasse naquele dia não sobraria nenhum dos bons e elas teriam que ir enroladas em trapos.

Dei de ombros. Eu não iria ao baile mesmo.

Me despedi das três e caminhei tranquilamente pelo centro da cidade, explorando e tirando fotos de tudo. Depois de um tempo, acabei parando em frente a vitrine de uma pequena boutique.

— Talvez eles tenham essa calça do meu tamanho...

Parei de falar sozinha e empurrei a porta da loja, que me anunciou com o barulho de um sininho.

— Olá, no que posso lhe ajudar?

— Estou só dando uma olhada, mas obrigada.

A vendedora sorriu e continuou ajudando outra cliente.

Continuei olhando as roupas até o sininho tocar outra vez e uma garota e um cara entrarem na loja. Caramba, eles cheiravam a dinheiro!

Será que eram um casal?

EVERMORE 𑁋 EDWARD CULLEN.Onde histórias criam vida. Descubra agora