i'm not leaving

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Acordei com o sol batendo na minha janela, me fazendo pular da cama muito antes do despertador.

Eu sentia tanta falta do sol que nem me incomodei em abrir mão de mais duas horas de sono.

Peguei carona com Bella até a escola porque estava com pouco dinheiro pra colocar gasolina no conversível, o que me lembrava de que eu precisava urgentemente procurar um emprego.

O resto da manhã passsou sem muitos contratempos, exceto pelo fato de que os Cullen não apareceram na aula, como eu já imaginava.

Edward acabou marcando de me encontrar a noite, pois não aguentava mais o ar constrangedor entre nós.

Eu teria ignorado a ligação se não precisasse tanto de respostas.

Passei o resto da tarde e início de noite assistindo filmes enquanto fazia o dever de casa, até perceber que me atrasaria se não começasse a me arrumar logo.

Era por volta de 23:30 quando fiquei pronta.

Não queria ter que explicar a situação para Charlie e Bella — principalmente Bella — Então esperei que eles dormissem, para assim me esgueirar silenciosamente para fora da janela, descendo pela treliça de madeira branca que fazia parte do jardim.

Pedi a Edward que desligasse os faróis e dirigisse devagar quando estivesse próximo a casa, o que ele realmente fez.

Me surpreendi com o quão silencioso o Volvo podia ser.

Ele abriu a porta antes que eu desse batidinhas no vidro, sorrindo para mim.

— Vamos, quero te mostrar um lugar.

O trajeto foi repleto de um silêncio constrangedor, por isso fiquei aliviada quando acabamos deitados na grama em um dos pontos mais altos de Port Angeles, olhando para as luzes e para as estrelas.

— Cada um desses pequenos pontinhos de luz na escuridão pertence a uma pessoa diferente tentando ganhar a vida — falei.

Edward virou-se para mim.

— Gosto quando você fala essas coisas — fez uma pausa, como se pensasse. — Ganhar a vida...

— Ganhar a vida. Não é por isso que continuamos lutando?

— É, talvez.

Ele se manteve em silêncio, parecendo discutir algo importante consigo mesmo, respirando fundo vez ou outra. 

Agoniada com seu desconforto, levantei do meu lugar e passei a deitar mais próximo a ele, encostando a cabeça em seu peito.

Nenhum de nós disse nada, mas eu pude sentir sua mão direita começando a desenhar padrões invisíveis na minha nuca, depois subindo um pouco e passando a brincar carinhosamente com os cachos do meu cabelo.

Naquele exato instante, naquele dia, naquela hora, naquela realidade, estar com Edward parecia o bastante para me fazer esquecer de tudo o que era ruim.

— Às vezes você não sente que somos muito mais próximos do que somos de verdade? —sussurrei, minha respiração quente encontrando sua pele gelada. — Podemos continuar sempre assim?

Estava com tanto medo de sua reação quando eu contasse que sabia.

— Sempre, querida — sussurrou de volta, como se aquele fosse nosso segredo.

Nosso. De mais ninguém.

Passamos mais um tempo sem conversar, até ele enfim começar um assunto.

Quis que ele continuasse quieto.

— Por que você não me beijou de volta?

Suspirei.

EVERMORE 𑁋 EDWARD CULLEN.Onde histórias criam vida. Descubra agora