blood stained dress

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Era meu aniversário, e eu estava um pouco chateada com as coisas que Bella dizia.

— Você está ficando velha.

Eu comprimi meus lábios.

— As pessoas geralmente só começam a se preocupar com a idade depois dos vinte e nove... acho que ainda tenho tempo.

— Dezoito é um a mais que Edward.

— Não, são cem a menos que Edward — disse brincalhona, ainda que as palavras dela tivessem doído um pouco.

Sei que Bella tem uma queda por ele, e por isso tento ao máximo evitar que ela presencie qualquer demonstração de afeto entre nós desde que a ouvi chorando depois que descobriu que havíamos ido ao baile juntos.

Estar com Edward é... complicado, eu diria. Nos beijamos, damos as mãos e passamos a maior parte do tempo juntos, mas nunca fui pedida em namoro. Não digo nada, mas às vezes é confuso não saber com que termo me referir à ele.

Bella saiu do meu quarto e me aconcheguei entre as cobertas felpudas. Os exames finais estavam chegando, e eu mal podia esperar pelo natal.

Edward entrou pela janela, mas não levantei os olhos do livro que lia.

— Você não foi à aula hoje.

Além de tudo, agora também assistíamos todas as aulas juntos. Era incrível a quantidade de favores que as senhoras da secretaria concediam a um garoto bonito.

— Claro que não. Hoje é meu aniversário, esqueceu?

Ele subiu e se esparramou na cama, tirando os sapatos, como eu já havia o ensinado a fazer.

— E você, se esqueceu da festa de hoje?

Alice estava louca organizando uma festa de aniversário para mim. Ela até tentou fazer uma torta de morango com natas, mas não deu muito certo.

Fui informada de que seria uma reunião simples, mas eu não sabia bem o que simples significava no vocabulário dos Cullen.

— Também não esqueci — me aproximei mais dele. — O que eu devo vestir hoje?

Ele me puxou para seu peito, me cobrindo com o cobertor até o pescoço para que eu não congelasse com a frieza do seu corpo.

— Um vestido bonito, imagino. Podemos ir comprar um igual ao que a modelo usava na capa da revista que você estava lendo...

Suspirei.

Edward tinha muito dinheiro. Muito. Tenho medo de saber o quanto.

Isso não significava nada demais para a família dele. Dinheiro era apenas algo que se acumulava quando se tinha tempo ilimitado em mãos e uma irmã que podia prever com facilidade tendências no mercado de ações. 

Ele não parecia entender por que eu muitas vezes fazia objeção a ele gastar dinheiro comigo.

Veja: eu não me incomodava se ele me levasse a um restaurante caro em Seattle, mas era algo totalmente diferente quando ele se oferecia para comprar para mim um carro conversível estupidamente caro, para pagar minha faculdade ou comprar roupas de grifes que custavam mais do que Charlie recebia em um ano.

Claro que ele pensava que eu estava sendo teimosa, mas como eu poderia deixar que ele me desse presentes tão grandes quando eu não tinha nada para dar em troca?

Não fui uma adolescente com muito dinheiro. Minha mãe me criou com um salário de professora de teatro que mal pagava nossa alimentação. Eu nunca tive a chance de comprar roupas como as de Alice, ou até as de Bella. Na maioria das vezes eu usava meias furadas e casacos gastos que ganhávamos de doação dos vizinhos.

EVERMORE 𑁋 EDWARD CULLEN.Onde histórias criam vida. Descubra agora