every breath you take

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O taxista me deixou no Walmart por volta da meia noite e dez.

Seu olhar era preocupado, provavelmente se perguntando o que uma garota tão jovem faria em um estacionamento deserto no meio da noite, numa cidade grande como Detroit.

Acho que às vezes eu não tinha consciência da bolha que vivia em Forks.

O paguei com uma nota de 20 dólares e guardei o troco no bolso da jaqueta azul de Edward, que depois de tanto tempo, já até considerava como minha.

Meio espiada, andei até o poste mais próximo e me escorei ali, pensativa.

Tive um lapso de consciência e pensei que os Cullen podiam muito bem tomar conta da segurança da minha família e das pessoas que eu amo.

Eles não deixariam Will morrer, deixariam? E outra, o que eu faria quando James chegasse? O deixaria drenar o meu sangue?

Meus questionamentos pareceram esclarecedores o suficiente para que eu começasse a correr para longe, já pegando meu celular no bolso para chamar outro táxi.

Com sorte, Alice e Jasper não ficariam tão chateados comigo e eu poderia voar para algum lugar legal com Edward.

Eu gostava de como soava passar algumas semanas na Europa...

Travei quando os postes se apagaram, me deixando perdida e assustada no escuro.

Só o que me impedia de ficar na escuridão completa era o brilho da pequena tela do meu telefone e a luz dos postes das ruas próximas, que apesar de grandes e potentes, estavam distantes demais para realmente me ajudar a enxergar com clareza.

Tentei me guiar por essas luzes, mas antes que eu pudesse ao menos me mover direito, senti uma respiração quente no meu pescoço.

Me arrepiei inteira. Dedos finos seguraram minha cintura, me mantendo no lugar.

— Você cheira muito bem — a voz de James sussurou ao pé do meu ouvido.

Tentei na desvencilhar do seu aperto, obviamente sem sucesso.

Suas mãos frias se enroscaram no meu cabelo e me levaram ao chão de concreto em um baque surdo, ralando meus joelhos por debaixo dos jeans.

James usou muita força no meu cabelo para forçar meu rosto a ficar colado no concreto frio do chão do estacionamento.

— É uma pena ter que fazer isso com uma garota tão bonita...

Ele levou o pé às minhas costelas, num chute desestabilizador.

Gritei alto, mas ninguém pareceu me ouvir. Rezei para que eu não morresse ali, e então depois de outro chute, esse na cabeça, adormeci.

Acordei com luzes de holofotes tão fortes que senti que poderia ficar cega se olhasse muito fixamente.

Me sentei, desorientada, até que James estivesse em minha frente.

— Onde está Will?

— Sabe, Cecily, quando Victoria não conseguiu pegar seus amiguinhos gêmeos, fiz com que ela descobrisse mais sobre você. Assim que recebi todas as informações, decidi vir para Detroit para fazer uma visita ao seu amigo. Ouvi você dizer que ia para New York, mas depois pensei melhor e entendi que era apenas um disfarce para que voltasse para casa — ele riu. — De início, nunca imaginei que estivesse fazendo isso mesmo, mas então pensei bem; humanos podem ser muito previsíveis. Eles gostam de ir para um lugar conhecido, um lugar seguro. Não seria o plano perfeito, se esconder no último lugar onde deveria se esconder?

Ele continuou:

— Mas é claro que eu não tinha certeza, era só um pressentimento. Agora você está aqui comigo, então, veja bem, imagino que não se ache mais tão genial assim.

EVERMORE 𑁋 EDWARD CULLEN.Onde histórias criam vida. Descubra agora