28

59 8 4
                                    

༺༻

  — Espero que esteja cuidando de sua saúde, garoto. — O homem diz, lhe servindo uma xícara de café antes de se sentar na mesa.

  Hoseok apenas sorri fraco e toca as mãos geladas na xícara quente, sentindo o vapor da bebida esquentar seu rosto.

  — Foi uma perda e tanto, mas ela vai gostar de que você siga em frente.

  — É estranho estar aqui e não ver ela. — Hoseok começa. — É... inacreditável que ela tenha ido... tão de repente...

  — A vida é assim, cheia de surpresas...

  Hoseok observa o mesmo em sua frente, sem nenhuma expressão de culpa ou compaixão pela filha.
  Se aquele garoto sentado em sua frente não soubesse o que ele fez, provavelmente estaria o admirando por ser forte em um momento tão difícil. Mas o garoto sabia a verdade, e se sentia um tanto quanto enojado com a cena e com as palavras.

  — Nós sabemos que é difícil, Sr. Kim... — Hoseok diz, jogando o mesmo jogo do homem em sua frente. Ele sabia atuar tão bem quanto o mais velho. — Vim aqui para que converse comigo. Não precisa esconder o que sente.

  E com isso Dong-Gu é pego de surpresa, porque realmente não havia pensado como realmente se sentia sem sua família.

  — Bem... — O homem pensa. — A casa está um tanto vazia... como nunca tinha sido antes. Um pouco doloroso para mim, que sempre escutava ela conversar e conversar sobre mais coisas. — O homem sorri fraco. — É doloroso ver você aqui também, porque me lembra dela. 

  Jungkook e Yoongi escutavam atentos o que o relógio lhes transmitia, mas Hoseok era o único que presenciou naquele momento um certo vazio no homem. E o próprio Dong-Gu havia sentido pela primeira vez depois de dias, o que era estar sozinho.

  Os dois garotos, escondidos no escuro, à metros de distância da casa, escorados em um muro de uma casa pequena, sentiam repulsa por aquilo.

  — É uma pena que a Heather não esteja ouvindo isso. — Jungkook comenta com o amigo.

  — Ela sentiria pena dele... — Yoongi indaga.

  — Talvez... ela tem um bom coração.  — Jungkook a defende e Yoongi lhe olha com o cenho franzido.

  — Talvez... — Responde com desdém, e logo voltam a atenção à Hoseok.

  Dong-Gu toma um gole de café e Hoseok sorri fraco ao mesmo.

  — Se o senhor precisar de qualquer coisa, saiba que pode contar comigo... — Hoseok diz e o homem lhe retribui o sorriso.

  — Obrigado, filho. Seu avô tem sorte de ter um rapaz como você por perto. — O homem larga a xícara na mesa e pigarreia, pronto para começar outro assunto. — Bem, tem algo que... você precisa saber, Hoseok. — O homem arruma sua postura na cadeira. — Como está aqui, tão abalado quanto eu pela perda de Heather, sinto que deva saber a verdade. — Ele respira fundo. — Heather... foi assassinada.

  Hoseok finge ficar surpreso, mas sua expressão sai confusa por não entender o porquê do homem lhe contar aquilo.

  — C-como...?

  — É, é difícil acreditar...

  — E quem foi capaz... de fazer isso? — Hoseok diz imóvel, e Dong-Gu termina o café antes de lhe responder.

  — Eu não sabia quem era... — O homem lhe olha preocupado. — Mas agora, as coisas estão indo como planejo.

  Dessa vez, Yoongi e Jungkook se entreolham ao escutar aquilo.

  Hoseok não sabe o que lhe responder, por isso permanece quieto, olhando o olhar do homem se tranquilizar.

  — Eu achei o assassino. — Dong-Gu diz com um sorriso vitorioso. — Eu não quis espalhar pela mídias que minha filha foi morta por um... canalha. Não queria te contar isso, porque... sei que é chocante...

  — É... u–um pouco... é difícil... processar...

  — Eu sei, sinto muito por dizer tão de repente.

  Hoseok permanece imóvel na cadeira, mexendo discretamente no relógio, certificando-se de que o objeto não ficasse abafado, para que os outros dois ouvissem tudo.

  Ainda processando o que acabara de dizer, Jungkook respira fundo.

  — E-ele achou mesmo?

  — Não sei... talvez esteja mentindo pra confortar Hoseok.

  — E se não for mentira?

  Não tinha uma resposta para aquilo. Não sabiam nem se deviam avisar Namjoon ou deixar que o plano seguisse.

  — Se for verdade, não vamos ter muito tempo. Tem como avisar Hoseok para ser mais rápido?

— Não... — Jungkook lhe responde e Yoongi prepara a arma nas mãos, deixando Jungkook nervoso com sua atitude.

  — Algo me diz que vai dar tudo errado...

E essas foram suas palavras antes de deixar o mais novo desesperado.

  Hoseok por outro lado, tentava organizar seus pensamentos. E ele sentia que devia ser rápido com tudo aquilo.

  — Eu poderia ir ao banheiro? — É a primeira ideia que o garoto tem.

  Dong-Gu permite que o mesmo siga o caminho no corredor, e lá Hoseok avista a porta do escritório.

  Dando uma última olhada para trás, antes de girar a maçaneta da porta, Hoseok tem a sorte grande de entrar no local.

  Surpreso pela mesma estar destrancada, Hoseok indaga um "e-eu entrei" para os dois garotos do outro lado da escuta.

  O escritório estava bagunçado. Papéis colados pelas paredes e espalhados pela mesa de trabalho.
  Um notebook se fazia presente ali também, o que dá a possibilidade de Hoseok começar por ali.

  — Okay... — Ele abre o notebook depressa, mas estava protegido por senha. — Droga...

  Outra olhada em volta é dada, só que mais calmamente. Até que seus olhos pousam na tal pasta azul marinho que lembrara de Heather ter falado da mesma.

  — Achei a pasta... — Hoseok pega a pasta e abre a mesma, fazendo o próprio estremecer dos pés a cabeça.

  Apenas as fotos que estavam lá, entregavam o porquê de Chang-Ho estar morto.

  Apenas uma foto entregava quem Dong-Gu realmente era.

  A foto de péssima qualidade de corpos empilhados dentro de uma caminhão entregava que fora tirada rapidamente.

  Outra mostrava caixas empilhadas. Dentro, haviam órgãos. E Hoseok em questão de segundos, só pensava em fugir dali.

  — Puta... merda... — Ele indaga, deixando tanto Yoongi quanto Jungkook curiosos.

  — O que ele está vendo? Por que não diz nada?? — Jungkook diz apressado, esperando o garoto descrever o que estava vendo.

  Lendo por cima, Hoseok engole a seco antes de começar a formular o que dizer aos outros dois...

  — Escutem... — Jungkook escuta o garoto. — Ele... ele é traficante de órgãos. Chang-Ho sabia disso... e morreu... morreu porque descobriu...

  — Cacete... — Jungkook indaga sentindo o coração acelerar cada vez mais...

  — Eu... eu preciso sair daqu... espera aí, achei mais uma coisa... — Os dois escutam, enquanto Hoseok olhava a parede do escritório.

  E lá estava a foto de Namjoon, junto com seu nome verdadeiro e o endereço de sua casa. Ao lado, tinha as mesmas informações de S, cujo o verdadeiro nome era Min Yoongi.

  — É verdade... — Hoseok apenas diz, já pensando no pior que poderia acontecer com ele mesmo ali dentro. — Ele descobriu onde vocês moram. Ele sabe de tudo.

Bulletproof Guys: Hired KillersOnde histórias criam vida. Descubra agora