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Momentos antes da morte de Seung

O calor tomava conta de seu corpo e mente, assim como as dores e as alucinações. Taehyung sabia que estava alucinando, mas parecia tão real Jae-In em sua frente.

  — E então... — Tae observa o menino sentar em sua frente, agarrando os joelhos. — Vai fazer alguma coisa?

  — E-eu n-não... c-consigo, Jae-In... — O garoto nega com a cabeça, fechando os olhos com força.

  — É claro que consegue, hyung. — A voz do menor ecoa em sua cabeça. — Sobreviva por mim, vá à Paris por mim, hyung...

  Taehyung odiava escutar aquilo e odiava lembrar de tudo o que aconteceu. Odiava lembrar do garoto morto em seus braços.

  — Taehyung, olhe para mim, pela última vez. — Taehyung obedece relutante, vendo perfeitamente a imagem do garoto em sua frente. O menor sorri e respira fundo. — A culpa nunca foi sua, não te culpo por nada do que aconteceu. Eu te agradeço por ter ficado comigo nos melhores momentos e por ter sido um irmão pra mim.

  Tae ri fraco e sente as lágrimas quentes escorrerem de seus olhos, lembrando das coisas boas.

  — Sobreviva. Você nunca vai estar sozinho. — Ele houve. Como podia ser imaginação sua?

  Logo o garoto levanta a cabeça e respira fundo.
Ele olha para os lados e procura algo que o ajudasse a se soltar daquelas cordas.

  A pequena mesa, de onde Seung havia pego a ferramenta para bater nele, estava a poucos centímetros longe.

"Lá deve ter algo" pensa Taehyung.
  Esticando as pernas, seus braços doem mais ainda por estar forçando os mesmos na corda. E com a ponta dos pés, com a pontinha do all star sujo e desbotado, ele consegue puxar a perna da mesa, fazendo-a se aproximar mais dele.

  Logo após um estrondo ecoa pelo lugar e todas as ferramentas caem. Um martelo, chaves de fenda, fita e um pequeno canivete. O último chama sua atenção.

  Seus pés faziam o trabalho de suas mãos. Puxando o canivete para mais perto o possível, o garoto empurra o objeto com o calcanhar, parando bem abaixo de suas mãos. Ele arrasta os braços presos para baixo, sentindo sua pele queimar por dentro das cordas, e com a ponta dos dedos, consegue segurar o canivete com sua mão esquerda.

  — Ok, Taehyung... — Ele diz a si mesmo. — Pelo Jae-In...

  Ele começa a cortar com dificuldade a corda com a mão canhota, agradecendo por estar conseguindo cortar as malditas.

  Pouco tempo depois, um homem entra na oficina. Era hora de matar Taehyung.

  Vendo o garoto de cabeça baixa e preso pela cordas, o homem gargalha.

  — Hora de ir pro inferno, garotinho... — O homem fala. Porém, seu sorriso se desmancha ao ver a mesa caída com todas as ferramentas espalhadas ao redor do viciado. — Mas que merda você fez? — A voz do homem sai trêmula. Taehyung não o responde. — Está vivo? — O homem tenta novamente e não recebendo resposta alguma, se aproxima do mesmo, passo por passo para tentar verificar se o mesmo ainda estava amarrado.

Bulletproof Guys: Hired KillersOnde histórias criam vida. Descubra agora