Junior nosso primeiro filho estava completando cinco anos, eu em Mariane estávamos nos desdobrando para atender os convidados na festa, eu preferiria ter alugado um bufe, porém Mariane preferiu fazer a festa em casa. Alugamos um pula-pula e uma piscina de bolinhas, acriançada estava se divertindo as pampas. O palhaço que contratei para animar o evento fazia malabarismos no quintal. Tudo estava correndo perfeitamente bem, nossos filhos Junior e a caçula Caroline estavam super felizes, estava chegando a hora de cortar o bolo, porém faltava um convidado, foi quando a companhia tocou, eu apertei o botão do porteiro eletrônico e liberei a entrada, era um rapaz de estatura mediana muito bem vestido, ele entrou sorridente trazendo algumas caixas de presentes nas mãos. Quando o viu Caroline correu para abraça-lo, ele recebeu e levantou nos braços e lhe beijou o rosto. Junior também correu ao seu encontro e o abraçou.
—Tio Carter, estávamos esperando por você!
Ele entregou os presentes para as crianças e veio junto delas até onde eu e Mariane estávamos. Mariane o recebeu com abraços e beijos no rosto, depois ele veio até mim e me encarando disse:
—Rick, tudo bem, não vai dar um abraço em seu velho amigo?
Eu me aproximei para lhe abraçar, quando alguém tocou em meu ombro e me disse:
"Salut Rick! Você precisa despertar!"
—Padre Etienne! O que está fazendo aqui? —Me disseram que o senhor morreu.
Ele começou a bater em meu rosto e com seu inconfundível sotaque francês começou a deliberar comigo.
"Ora Rick, não temos tempo de discutir metafísica, você precisa levantar agora, abra seus olhos, veja só o que você fez. — Não foi para isso que eu te ensinei a lutar!"
Quando abri meus olhos eu ainda estava na carceragem, havia sangue por todo lado, meu corpo todo doía, principalmente meu braço direito, que eu não conseguia mexer, haviam também quatro caras muito feridos agonizando no chão.
"Vamos Rick, mexa-se, tente fazer alguma coisa por esses homens!"
Eu me levantei com esforço e comecei a bater na porta com meu braço esquerdo e a gritar pelo carcereiro, ninguém me atendia, porem continuei gritando e batendo até que dois tiras se aproximaram, um deles abriu a porta e ao entrar começou a gritar.
—Caralho! O que houve aqui dentro, você quem fez isso?
Eu não respondi nada, meus olhos percorreram por toda cela, eu não vi mais o padre Etienne, apenas os quatro caras que tentaram me violentar agonizando e gemendo de dor, o tira gritou para o outro:
—Chame o delegado, ele precisa ver isso e nos dizer o que fazer!
Julguei que tinha enlouquecido, pois estava vendo fantasmas, porém lembrei que fazia algum tempo que não tomava meus remédios e deveria ter tido uma alucinação com o padre Etienne, já que pensara nele quando Rambo estava me batendo, porém todo o restante era real e o delegado não tardou a comparecer a cela, e me olhando cheio de ódio disse:
—Que merda! Onde eu estava com a cabeça para deixar aquele inútil do Rambo encarregado disso? Mas tu não perdes por esperar rapaz, daqui a pouco volto para cuidar de você.
—Doutor que a gente chame o Samu? Disse um dos tiras.
—Não, coloca nos camburões e leva para o hospital.
Os tiras levaram os quatro feridos, um deles me pegou pelo braço, mas o delegado disse:
—Esse aí não, não está tão ferido, vai ficar aqui até eu resolver o que faço com ele.
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O Amor em revisão
RomanceRicardo está à procura de um novo amor para esquecer a decepção que sofreu ao ser abandonado por Carol. Quando ele conhece Mariane ele acredita ter reencontrado a felicidade. Ela aceita o pedido de namoro, porém acontecimentos vão revelando as difer...