Capítulo 27- Vamos nessa

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Dessa vez foi ainda mais quente e selvagem, o quarto ficou pequeno para nós, foram horas e horas de amor. Eu estava feliz, aquela mulher era tudo que eu queria e nem importava embarcar em uma aventura para um lugar que nunca tinha pensado em ir antes de conhecer Carol. Porém também estava preocupado, eu não tinha certeza que me deixariam ir com ela, mas eu me decidi acompanhar ela e Daniele, mesmo que fosse apenas para voltar via imigração.

Eu me levantei e fui até a cozinha procurar algo para comer. Daniele estava lá fazendo as próprias unhas. Sentei a mesa e ela começou a puxar conversa comigo.

"Piá tem certeza do que vai fazer?"

"Sim, tenho certeza absoluta. Irei com vocês nessa."

"Eu acho muito bonita essa sua atitude. Isso mostra que você está mesmo gostando de Carol, mas talvez seja melhor, tentar convence-la a não ir. Sabe eu acho que ela ficaria melhor se fosse contigo para São Paulo."

"Se você pensa assim, por que está indo? Essas jornadas com coiotes costumam arriscada, muita gente é pega pela imigração dos Estados Unidos e pode ser presa ou deportada, sem falar das pessoas que acabam morrendo pelo caminho."

"Eu sei de tudo isso, porém eu não tenho nada a ganhar ficando aqui no Brasil." "Olha, piá, eu sei fazer unhas como pouca gente. Me disseram que as manicures brasileiras são super valorizadas lá, ganham muito dinheiro, enquanto aqui mal dá para tirar uns trocados para as necessidades básicas."

"Você não tem família Daniele?"

"Sim eu tenho, minha família mora em Bandeirantes, mas eles não ligam para mim, eu vim para Curitiba sozinha, onde conheci Carol e nós duas temos ajudado uma à outra a sobreviver como podemos. A princípio as lobas do asfalto nos deram uma força, mas depois que Carol brigou com a líder delas, a gente tem se virado sozinha."

"Você também é segue a Alá como Carol."

"Não, eu sou, digo a minha família é evangélica, mas eu me desviei da igreja e por isso eles ficaram muito aborrecidos comigo. Apenas minha avó ainda escreve para mim de vez em quando."

"Você diz, por cartas?" "Pensei que ninguém mais usava esse meio de comunicação?"

"Minha avó tem setenta e oito anos, ela não conseguiu se adaptar a tecnologia, mas eu até gosto de escrever para ela."

"Entendi."

"Humhum, olha piá, se eu tivesse alguém que gostasse e se preocupasse comigo como você faz com a Carol, eu preferiria ficar com ele a me aventurar."

Eu não soube o que responder dessarte apenas sorri para ela. Daniele ela então pediu para eu deixa-la fazer as minhas unhas. Eu respondi que não costuma fazer, mas ela insistiu e acabei deixando. Quando ela terminou me sorriu com ar de triunfo e falou:

"Está vendo, fiz rapidinho e não tirei nenhum bife, sou ou não sou uma manicure de primeira?"

"Ah é sim, ficou muito bom, obrigado Daniele."

"De nada piá, homem de unha feita fica muito mais elegante, acho Carol vai gostar."

Eu senti que também estava me apegando a Daniele, desejei que as duas não tivessem esse sonho de ir para os Estados Unidos, mas estavam resolutas, e eu achei melhor não tentar persuadi-las. iria me limitar a acompanha-las até Foz do Iguaçu e quem sabe ir com elas até o fim.

Carol se levantou e veio se juntar nós, a recebi com um beijo e lhe mostrei o trabalho que a loira tinha feito em minhas mãos, ela olhou e depois de sorriso deu sua aprovação e depois comentou comigo.

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