Capítulo 17 Alá é maior!

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Rodamos cerca de uns vinte minutos até chegar à mesquita, eu estacionei e ela desceu, haviam poucas pessoas no largo onde ficava o templo, eu a acompanhei a distância, ela chegou na entrada da mesquita, baixou a cabeça, fechou os olhos e assim ficou por cerca de uns cinco minutos, depois veio ao meu encontro.

"Achei que os muçulmanos orassem de joelhos em direção a Meca?"

"sim, essa é a forma correta, mas não estou vestida adequadamente." "Você nunca reza?"

"Na verdade, não, desde que terminei o catecismo não faço mais isso."

"Catecismo, então, você é católico?"

"Minha família é católica, mas eu não sei o que sou, acredito que pode existir alguma coisa, um mistério ou uma força superior que envolve a vida e destino de cada um de nós.",

"Então você é um agnóstico?"

"Acho que é isso."

"Minha família por parte de pai segue os ensinamentos do profeta, eu me afastei deles e da tradição, mas continuo acreditando nas palavras dos profetas e no amor de Allah por todos nós."

"Por que se afastou de sua família?"

"A minha, era uma família patriarcal, Rick. Eles vivem em Londrina, meu pai e meus irmãos queriam decidir meu destino, escolher o que eu deveria fazer, com quem deveria casar e tudo mais, eu tinha outros planos por isso com dezesseis anos de idade e nunca mais voltei."

"Imagino que isso tenha sido muito difícil para você, eu também sai de casa muito novo, porém não for por ter rompido com a família, eu apenas buscava um mercado de trabalho que me desse maiores oportunidade, sempre que posso visito minha família no interior de São Paulo."

"Você deve ter uma família legal."

"Tenho sim, as vezes sinto muita falta deles."

Ela me abraçou e me beijou com ternura, senti o quanto estava emotiva, diferente dos primeiros dias. permanecemos assim por alguns instantes, depois entramos no meu carro ficamos nos agarrando dentro dele, mas ela me lembrou que Curitiba era uma cidade com todos os problemas de uma grande metrópole, portanto não era seguro ficar por ali por muito tempo, então levantei os bancos e rumamos para a casa, no caminho passamos por um motel, senti a tentação desviar para entrada do lugar, mas temi estragar o clima.

Quando chegamos guardei o carro na garagem da vizinha, fui com entrei com abraço com Carol, nos sentamos no sofá e voltamos a nos pegar, o clima estava esquentando, beijos ardentes, abraços apertados, eu comecei a tentar tirar a roupa dela, mas ela resistia. Até que finamente cedeu e falou no meu ouvido.

"Você não muçulmano, não pode ficar me agarrando desse jeito."

"Allahu Akbar!" "Pronto, agora sou muçulmano."

Ela fez cara de surpresa, me deu um sorriso e depois me perguntou:

"Onde foi que você aprendeu isso?"

"Uma vez eu li um livro, sobre um grande sultão, que tomou Jerusalém dos cruzados."

"Ah, Saladino!" "Mas não tão simples assim, não basta dizer Allah é maior, para entrar em uma comunidade islâmica. Você tem que mostrar evidências de tua fé." "Minha família segue muito a tradição, eles iam querer provas que você acredita e segue as palavras dos profetas."

"Bem, não me custaria nada, se existe um Deus, ele é um ser superior as vaidades humanas, não deve se importa se o chamam de Allah, Yahweh, Jeová ou Tupã."

O Amor em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora