O Amor em revisão

Capítulo 6 Sorte no amor

Eu até achei que ela estive brincando, mas depois percebi que estava falando sério. Acho estranho, uma atitude que agrada algumas pessoas pode ofender outras. Não querendo criar caso fui para a rede e me acomodei, estava muito quente, acabou sendo gostoso dormir lá, se bem que despertei com dores nas costas, fui até cozinha da casa de meu tio Olavo e tomei café junto de minha tia. Mariane já havia se levantado e logo sedo foi mexer no antigo Opala diplomata do meu tio.

—Bom dia sobrinho! Por que não me disse que sua namorada entende de mecânica de automóveis?

Ela entende de muitas coisas tio.

—Isso é maravilhoso! Parece que dessa vez encontrou a sorte no amor.

—Não existe sorte tio. Tudo é uma questão de probabilidade.

—Essa faculdade de contabilidade que você fez te tornou mesmo um cético, foi sorte. Qual a probabilidade de um contador se encontrar com uma garota que trabalha em uma oficina em São Paulo?Mínima, o destino decidiu isso.

—Eu fiz administração de empresas tio. Não me considero cético, sou apenas uma pessoa realista.

Meu tio olhou para mim como a pensar em um argumento para me contradizer, mas nesse momento Mariane ligou a chave do carro, o barulho do motor cortou o silencio, para a surpresa de meu tio, que demonstrou grande felicidade ao ver sua relíquia dar novamente sinal de vida.

—Está pronto tio, seria bom fazer uma pequena revisão na parte elétrica, mas o motor está ótimo, tem muitos quilômetros para rodar.

Ele agradeceu a ajuda de Mariane, depois pediu licença e foi ter uma conversa com minha tia, enquanto eu fiquei observando Mariane terminar o conserto do carro. Sempre achei uma habilidade extraordinária alguém saber as condições de um motor apenas pero barulho. Assim que ela desligou o carro, eu lhe dei um beijo e pedi desculpas pela noite anterior.

—Sempre a mesma coisa, você apronta comigo e pede desculpas, não sei onde você tirou essa ideia que uma mulher gosta de ser xingada durante o sexo. Não responde! Droga como estou lesa, só pode ser daquela sua ex.

—Melhor não falar mais nisso, não achei que você ficaria tão zangada, apenas por te chamar de um nome politicamente incorreto.

—Não acredito que você disse isso! Aquilo foi grosseiro, não politicamente incorreto. Mas tudo bem, eu te amo, tá, mas não me chame mais por nomes deste calão, isso me aborrece.

—Não chamarei mais, amor, estou perdoado então?

—Sim, não consigo ficar zangada com você por muito tempo, hoje pode dormir comigo na cama, mas nem tenta pegar daquela maneira, nem sei se quero fazer aquilo.

—Mas meu amor...

—Pare de me comparar com sua ex, tem coisas que eu não gosto.

—Eu não disse nada.

—Pode ser, mas aposto que pensou, seu safado.

Eu permaneci sério, as palavras dela dessa vez não tinham me agradado, porem ela tinha razão, Carol adorava ser xingada durante o sexo e fazer anal. Eu desejava que Mariane também gostasse, mas, ela não poderia ser perfeita em tudo.

—Você nunca ri pra mim, pelo menos não de verdade, tá sempre sério, acho você tão triste meu amor.

—Eu não tenho sido gentil com você?

—Tem, você é gentil e carinhoso comigo, eu gosto disso, mas te ver dando uma gargalhada de alegria, rindo gostoso, nem que fosse de mim.

—Bem, cada tem sua personalidade, eu sou muito de ficar rindo à toa.