Capítulo 38 -Dessa vez vai dar cero

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—Por sua causa, como assim?

—Foi isso mesmo, ela era uma pessoa perturbada. A gente quase saiu no tapa.

—Você nunca comentou nada sobre ter conhecido Carol.

—Eu não tinha certeza até ter visto as imagens dele. Ah meu Deus, foi muita ironia do

destino, eu acabar me envolvendo justo com você.

—Não estou captando a referência.

—Você conhecia meu tio, deve lembrar que ele era uma pessoa muito meiga, e muito

atencioso com seus clientes.

—Sim, eu gostava do jeito dele, era uma pessoa legal.

—Ele era, mas nem todo mundo pensava assim, alguns clientes abusavam da bondade

dele. Agora estou me lembrando do episódio. Meu tio sempre se orgulhou de atender bem

seus clientes por isso fiquei indignada com o comportamento de Carol naquele dia.

—Mas o que foi que aconteceu?

—Naquela época meu já fazia tratamento, estava meio debilitado, mas continuava

trabalhando e fazia tudo para os clientes não perceberem. Eu estava mexendo nos freios de

um Prisma, quando entrou um Onix preto. Meu tio reconheceu o carro e foi logo atender,

mas ele pareceu surpreso quando a motorista desceu.

"Bom dia, meu esposo me pediu para trazer o carro com o senhor Gonzáles para fazer

revisão de viagem.

Ele estava com outro serviço na frente, mas a atendeu primeiro dizendo que o marido dela

era um cliente preferencial. Ela foi simpática no início, porém dessa vez ele teve dificuldade

para achar um ponto de alinhamento para carro.

"Senhora, parece que está com problema na caixa de direção "

"Pode trocar?"

"Sí, posso, mas vai demorar um pouco."

"Então faça por favor."

Ele ligou para nosso fornecedor para trazer uma nova peça. Enquanto retirava a antiga e

fazia a revisão no restante do veículo. Porém ela ficou impaciente e começou a cobrar

agilidade dele.

"Senhora. Vocês devem ter passado por algum buraco a caixa é nova mas está trincada, tá

difícil remover, espere um pouco a minha sobrinha está terminando um serviço e virá me

ajudar a resolver seu caso."

"Ah quanta lerdeza, estou pagando por essa droga de serviço!", gritou ela.

Ao ouvir fiquei indignada, pois sabia que meu tio, não tinha boca para brigar com ninguém,

principalmente quando se tratava de mulheres, então larguei o que estava fazendo e fui

falar com ela.

"Senhora, já vamos resolver o problema do seu carro, sente-se e aguarde por favor."

Ele pareceu não gostar do jeito que falei, me olhou torto e disparou:

"Eu não estou falando com você, sapatinha! Tenho muita coisa pra fazer e preciso do meu

carro já!"

O Amor em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora