Capítulo 28 - A grande estrada

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3318 palavras

Ela estava ardente como nunca antes, nos entregamos e nos amamos durante a madrugada. Nos braços de Carol eu me esqueci de toda a insensatez de me comprometer a embarcar com ela e Daniele em um sonho que não era meu. Eu iria para um lugar desconhecido, sem saber como seria recebido. Aliás, eu nem mesmo tinha garantia de conseguir ir com elas. A ideia de perder Carol era o que mais me perturbava, estava pouco me lixando com o deixaria para trás. Creio que estava vivendo um daqueles momentos em que as pessoas enlouquecem e fazem coisas estúpidas e insensatas. Eu sabia dos riscos, mas a força do desejo falava mais alto e a queria cada vez mais. Estar com seu corpo colado ao meu sentindo seu calor era como estar em paraíso, mesmo que eu estivesse perto de ser lançado ao inferno.

seu cheiro era o mais doce perfume que eu sentira na minha vida até ali. Ver ela se produzindo de manhã, também era um deleite. Um sabor proibido que eu tinha provado e gostado. Não iria abrir mão apenas para continuar na minha zona de conforto, ido todo dia para um escritório, vendo as mesmas pessoas, depois treinando na academia e finalmente indo para a faculdade resolver problemas ou apresentar algum seminário. Claro que seria mais fácil se ela se adaptasse ao meu mundo, mas no momento senti que não ia rolar. Ela mantinha uma obsessão em tentar a vida nos Estados Unidos, acho que era uma daquelas coisas que as pessoas chamam de objetivo da vida e outras ainda vão além dizendo ser um objetivo da alma.

Seja lá como fosse, da vida ou da alma, naquele momento o meu objetivo era continuar do lado dela e ser feliz no amor.

Quando despertei, Carol dormia tranquila do meu lado, eu estava faminto, levantei da cama, vesti meu conjunto de tactel e fui até a padaria da esquina, onde comprei pão, presunto e queijo, retornei para casa e preparei o café. Carol ainda dormia, mas Daniele estava acordada e eu a chamei para mesa. Ela sentou-se do meu lado e enquanto fazíamos o desjejum fui puxando conversa com a loira.

"Está mesmo preparada para fazer essa viagem, passando por Foz, Paraguai e México, para depois tentar a sorte na fronteira dos Estados Unidos."

"Estou sim piá, mas estou preocupada contigo."

"Comigo?"

"Sim, eu não tenho certeza se eles vão conseguir um lugar para você. A guria que agenciou a viagem para a gente, disse que tem sempre brasileiros interessados em emigrar para os Estados Unidos, por isso acho difícil que encaixe você assim, em cima da hora?"

"Pode ser, mas eu consegui uma grana com um amigo em São Paulo, assim posso tentar subornar os coiotes para me encaixarem, afinal gente assim costuma fazer tudo por dinheiro, e se não fizerem vão me encaixar na base da porrada mesmo."

"Está falando sério piá?

"Não Dani, eu não falo sério, acredito que vai dar tudo certo."

" Espero que sim, mas acho que Carol poderia esperar um tempo, até que você concluir sua faculdade e ir com ela."

"Eu também, mas não vai ser assim. Então vamos seguir como vocês planejaram, quem sabe chegando, vermos se realmente é bom."

"Não senti convicção no que você disse, não parece entusiasmado como ela."

"Você tem razão, ela é o único motivo que já tive na vida para querer ir para esse país, na minha lista desejos uma de viagem a Europa e o Japão estavam bem na frente de lá, mas as vidas está sempre nos preparando surpresas, prefiro estar em qualquer lugar com Carol do que sem ela."

"Eu queria mesmo ter alguém gostar tanto assim de mim, como você está gostando dela."

"Com certeza logo você vai conhecer uma pessoa legal e ser feliz, como eu encontrei Carol, pena que meu irmão mora na Europa, ele ia adorar de te conhecer."

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