2

19.2K 1.6K 252
                                    

     

Capítulo 2

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Capítulo 2

Suspiro pesadamente quando o carro do papai para em frente ao campus. Cercado por altos portões de ferro forjado com pontas ornamentadas, o lugar exibe uma arquitetura neoclássica impressionante, com grandes colunas de mármore branco que flanqueiam a entrada principal, dando-lhe um ar de castelo medieval. Ao longe, até uma torre é visível.

“Ó céus, o que estou fazendo aqui?”

— Eu sei que você não quer estar aqui, contudo a vida nem sempre segue nossa vontade — diz papai, me fazendo revirar os olhos com sua ladainha habitual. “Você é Alana Volkov, tem obrigações a cumprir, um legado a dar continuidade. Deveria se dedicar a coisas mais sérias, e não a essa bobagem de dança. Puxou isso de sua babuska, uma dançarina de casas de prostituição.”

— Estou aqui, não estou? — respondo, hostil. Papai me encara com seriedade.

— Estou fazendo isso para o seu bem…

Desafivelo o cinto e, sem uma última palavra, saio do carro e caminho em direção aos imponentes portões que começam a se abrir lentamente à medida que me aproximo. O ranger do ferro antigo me arrepia.

Por que portões tão grandes? Parecem os do inferno, guardados por Cérbero, o cão de três cabeças.

Que ideia terrível comparar o campus com o inferno.

Observando a figura que se aproxima, percebo uma mulher de baixa estatura vestida de preto, com uma saia longa até o tornozelo e botas sem salto. Sua camisa escura é abotoada até o pescoço, e ela usa uma gravata borboleta. Duas tranças adornam seus cabelos negros, que contrastam com sua pele pálida.

“Esse povo não toma sol?”

— Oh, meu Deus! — sussurro, espantada. Conforme ela se aproxima, noto os óculos enormes que cobrem metade de seu rosto pequeno, mas o que realmente chama minha atenção é o monte de pelos acima de seus lábios.

Céus, essa mulher tem mais bigode que meu irmão Félix. Seguro um riso.

Encaro o bigode com assombro, meu rosto se contraindo numa careta.

Será que em Londres é comum mulheres com barba? Acaricio meu queixo, pensativa. Acho que não; nunca vi Kate Middleton, Adele ou Dua Lipa de bigode.

Será que é rude ficar olhando? Mas é tão estranho vê-lo mexer enquanto ela fala...

— Senhorita Volkov? — Ela me tira dos devaneios. Forço um sorriso, que mais parece uma careta horrenda.

Only Love Can Hurt Like ThisOnde histórias criam vida. Descubra agora