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— Tatko — murmurei, entrando no banheiro e fechando a porta atrás de mim.

— Estou prestes a entrar em uma reunião, pode ser rápida? — a voz fria de meu pai ressoou do outro lado da linha.

— Eu… — engoli em seco, sentindo a bile subir e queimar minha garganta. Esforcei-me para não vomitar de nervoso.

— Já sei o que você precisa — ele começou. Por uma fração de segundo, senti um alívio, mas minhas esperanças de um pai decente foram destruídas com suas próximas palavras — Vou pedir para a Maredit desbloquear o cartão de crédito...

— Papai — interrompi — Eu vi os vídeos da Zulema e do Niko…

O grande senhor Volkov nem ao menos me deixa terminar a frase e começa:

— Não dê atenção a coisas sem importância — disse categoricamente, como se não fosse nada. Como se a ex-esposa e o namorado da filha flagrados fazendo sexo fosse a coisa mais comum do mundo.

— Papai, eu...

— Alana, estou entrando em uma reunião agora, preciso desligar, mas vou pedir para a senhorita Adans desbloquear o cartão e aumentar o limite. Faça compras, vá ao salão ou compre a porra de um carro, mas agora preciso desligar...

— Pai? — meu tom se elevou, deixando minha frustração perceptível.

— Alana, eu preciso ir. Se tem algo a dizer, diga de uma vez — seu tom era áspero e desprovido de humor.

Engoli as palavras que gostaria de dividir com ele. Ele é meu pai. Deveria ser aquele que me acolhe nos momentos em que preciso de socorro, que me conforta e diz que está tudo bem. Contudo, estamos falando de Christian Volkov.

— Preciso de permissão para sair do campus em horário de aula — disse, derrotada.

— Minha secretária vai cuidar disso — afirmou — Preciso desligar, querida. — a chamada chegou ao fim.

Sorri fraco, engolindo o soluço que tentava escapar, e sequei as lágrimas que embargavam minha vista. Chutei para longe a decepção, a tristeza e toda essa merda sentimental. O que eu esperava? Meus pais nunca se importaram com nada além dos seus próprios umbigos. Estúpida fui eu ao pensar que encontraria o apoio necessário com eles.

Contei até 20 lentamente, alternando com respirações profundas, engolindo as lágrimas, a tristeza e toda a minha merda.

Encarei meu reflexo no espelho e soltei um suspiro pesaroso. Meus olhos estavam inchados e vermelhos. Eu estava acabada. Talvez realmente precisasse de um trato no visual.

                        — ×  —

Observo os quadros da era vitoriana pendurados nas paredes brancas. Os móveis, em um tom escuro quase preto, contrastam fortemente com o ambiente. O cheiro de madeira e eucalipto perfuma a sala, criando uma atmosfera retrô. Tudo aqui exala uma sensação de antiquado, sem graça, um contraste gritante com a presença do diretor Fanchini.

Fanchini tem uma aparência marcante. Ele é alto, com cerca de 1,88 metros de altura, e possui uma constituição robusta. Seu rosto é anguloso, com uma mandíbula proeminente e maçãs do rosto bem definidas. Seus olhos castanhos são expressivos, e sua barba lhe confere um ar rústico e charmoso. Seus cabelos curtos e grisalhos adicionam um toque de maturidade ao seu visual. Vestido com um terno italiano sob medida, ele me faz pensar que o salário de diretor do Imperial College London é realmente generoso.

Os olhos do senhor Fanchini estão fixos nos meus enquanto ele tenta, com sua psicologia barata, me convencer de que tudo vai ficar bem. Fungo o nariz e seco as lágrimas com o lençol suave e macio que ele me ofereceu há alguns instantes.

Only Love Can Hurt Like ThisOnde histórias criam vida. Descubra agora