Capítulo 4
O rugido do rock pesado preenche o pequeno bar londrino, uma sinfonia de batidas implacáveis que dominam o espaço. Corpos suados se movem ao ritmo frenético, perdidos na música que pulsa no ar. Entre os tumultuados Vitor e Fabian, deslizo habilmente pela multidão em direção ao balcão, ansiando por uma bebida gelada para aliviar minha garganta seca.
Apoiada no balcão disputado, ergo minha mão tentando capturar a atenção do barman em meio à maré de pedidos.
— Ei! — minha voz luta para se destacar sobre o estrondo musical, quase sendo engolida pelo som ensurdecedor. O barman mal lança um olhar em minha direção, completamente absorto na agitação do local.
Exalo um suspiro pesado, questionando minha decisão de ter aceitado o convite de Vitor. As últimas semanas têm sido um turbilhão, e eu decidi adotar um estilo de vida mais sóbrio. E ainda assim, aqui estou, cercada por tudo o que decidi evitar, imersa na companhia dos meus colegas de quarto.
— Ótimo começo, Alana. — murmuro para mim mesma.
— Oi? — chamo novamente, desta vez o barman me nota por um breve momento antes de se virar para atender outro cliente. Palavrões em búlgaro escapa dos meus lábios.
— Charlie? — uma voz grave soa ao meu lado. Me viro e encontro um par de olhos conhecidos sorrindo para mim.
— Você não é daqui, não é? — ele pergunta, um sorriso astuto nos lábios.
— Definitivamente não. — respondo, sorrindo de volta.
— Henri? — o barman se aproxima novamente do balcão. — Quando voltou? — eles se cumprimentam como velhos amigos.
— Acabei de chegar em Londres. Mas agora, o que realmente preciso é de uma cerveja gelada. — Henri me olha. — E você quer...?
— Qualquer coisa gelada. — respondo, encolhendo os ombros.
— Duas cervejas . — Henri decide por mim. Charlie retorna rapidamente com dois copos enormes e os entrega ao meu novo conhecido.
— Quanto é? — pergunto, tirando uma nota de 100 libras da capa do meu celular.
— Por conta da casa, lindeza. — Charlie ronrona, piscando para mim. Eu franzo as sobrancelhas.
— Obrigada, Charlie. — agradeço, enquanto Henri me entrega o copo de cerveja.
Bebo vorazmente até secar a última gota, soltando um suspiro de alívio. Henri observa com um sorriso.
— Uau. — ele murmura, admirado.
— Estava morta de sede. — explico, e ele acena em compreensão.
— Outra? — ele sugere, ainda sorrindo.
— Agradeço, mas preciso voltar para os meus amigos. — começo a procurar por Vitor e Fabian, distraída.
— Ah, só mais uma? — Henri insiste. — A propósito, me chamo Henri.
— Alana. — respondo.
Por cima da música alta, ele quase grita em meu ouvido:
— Então? Mais uma cerveja, Alana?— Claro, por que não? — digo, desistindo de encontrar meus colegas.
Uma, duas, três... sete cervejas depois, já não lembro o número exato, parei de contar no quarto copo. Estamos gargalhando, enquanto Henri me conta uma teoria bizarra sobre biologia marinha.
— Estava tão perdido nos livros que nem percebi a biblioteca fechando. Quando vi, já era meia-noite e eu estava trancado lá dentro... — ele diz, dando de ombros.
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Only Love Can Hurt Like This
RomanceAlana Volkov, marcada como a ovelha negra em sua rígida família búlgaro-mexicana, é enviada para a distante Imperial College London após uma tragédia pessoal. Lá, ela é forçada a compartilhar um dormitório misto com três garotos, incluindo o enigmát...