capítulo 17

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Dante Salvatierra

— Ela não vai! — praticamente grito em resposta.

Todos os olhares no cômodo caem sobre mim. Alana me encara com os olhos arregalados, surpresa.

— Como é, garoto? — A garota de cabelos curtos, tão castanhos quanto os de Alana, corpo esguio e pele bronzeada, me encara lançando punhais com os olhos.

— Ela não vai! — reafirmo, cruzando os braços.

— Seu… — ela avança sobre mim, mas Alana agarra sua mão no último instante.

— Eu não vou — diz Alana. A atenção de Melina cai sobre a irmã.

— Como assim? — Indaga perplexa.

— Prometi para o papai que ficaria, e é isso que farei — responde firme.

— Alana, meu Deus, pare de teimosia…

— Eu não vou voltar, Melina!

— Mas…

— Eu disse que vou ficar e ponto final — declara Alana, sem dar espaço para contestação.

Melina anda pelo quarto, o som do salto ecoando no piso branco. Com as mãos na cintura, ela se volta para a irmã.

— O que Christian está fazendo? — Melina pergunta, olhando para Vitor e para mim. — Ele está chantageando você?

— Deus, Melina. É óbvio que não — responde Alana.

Volto minha atenção para Alana, que está pensativa. Franzo a testa, tentando compreender o que ela está escondendo.

Christian havia informado ao meu tio que Alana estava irredutível, não queria vir para Londres, tanto que ele cortou os cartões da filha. Entretanto, dias antes do início das aulas, o chefe da família Volkov ligou para o meu tio Aurélio avisando que a pequena bella donna havia mudado de ideia e decidido vir para a Imperial.

Lembro que Alana não estava nem um pouco feliz ao chegar na academia. Também lembro dela falando a Xavier que não queria estar aqui. Que Alana veio forçada, isso é óbvio. Contudo, por quê?

O que o desgraçado do Christian Volkov está usando contra a minha garota?

[...]

Assino os papéis da alta de Alana, após passar pela recepção e pagar a conta do hospital. Fabian foi buscar o carro, enquanto Vitor continua no quarto na companhia das três irmãs problemas.

Caminho pensativo pelo corredor, ainda meditando sobre o que Alana não contou sobre sua vinda para a Imperial College. O que aconteceu?

— Salvatierra — ecoa a voz da Volkov mais velha. Olhando por cima dos ombros, encontro-a.

Respiro profundamente algumas vezes, buscando paciência.

— O que foi, Melina? — Giro os calcanhares, me pondo de frente para ela.

— Fica longe da minha irmã — seu tom áspero deixa claro que não estava aberta a discussão, mas eu estou, então é aí que ela perde.

— Não — digo, me virando e voltando a caminhar, deixando-a para trás.

— Porra, Dante — amaldiçoa, vindo atrás de mim. — Pense nela, caramba.

— Hummm — continuo meu caminho.

— Não é justo com ela — ecoa o som dos seus saltos.

Paro abruptamente, me virando para olhá-la. Meus punhos cerrados, maxilar trincado, umedeço os lábios antes de começar:

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⏰ Última atualização: Jul 18 ⏰

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