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Capítulo 6

Balançando os pés impacientemente, a tensão é palpável no ar. Diante de mim, atrás de uma mesa de mogno, está a professora Felícia. Com seus 45 anos bem portados, ela ostenta cabelos loiros que caem suavemente pelos ombros e um batom vermelho que ressalta sua beleza severa, enquadrada por um terno preto impecável. Apesar de sua aparência encantadora, seu olhar é cortante, quase como se desejasse me despedaçar com as próprias mãos.

Ao seu lado, Henri tenta, inutilmente, desempenhar o papel de mediador. Seu rosto expressa uma calma forçada, mas seus olhos não escondem a preocupação.

- Isso é um absurdo, uma falta de respeito com esta instituição! - ela exclama, voz carregada de indignação. Suas unhas, longas e bem-feitas, tamborilam na mesa, um som que rasga o silêncio e aumenta a tensão.

- Não creio que seja para tanto, professora. - Henri intervém suavemente. - São apenas jovens, hormônios à flor da pele e tudo mais.

- Exatamente por isso - ela rebate, inflexível - não podemos permitir que uma adolescente de 18 anos engravide aqui. Esta é uma universidade de prestígio, não um motel de beira de estrada.

Sinto meu rosto contorcer-se em desgosto diante de suas palavras ásperas. Com um golpe seco, minhas mãos batem na mesa, arrancando olhares surpresos. Inclino-me para frente, desafiadora.

- Não acha que está abusando de uma autoridade que só existe na sua cabeça? - Minha voz é um sussurro sarcástico.

Ela me encara, chocada, os olhos azuis arregalados, os lábios tremendo em um esboço de resposta.

- Como é? - ela rosna baixinho, incrédula.

- Não está surda...

Ela se levanta abruptamente, mas antes que possa continuar, Henri intervém, colocando-se ao seu lado.

- Professora Felícia, por favor...

Ignorando-o, levanto-me, empurrando minha cadeira para trás com um rangido.

- E então, professora? Vai dizer o quê? - Minha voz é venenosa, desafiadora. - Mas antes, lembre-se de quem sou. Alana Hernandes Volkov, descendente de fundadores. Aqui, sou mais influente do que imagina.

Um riso rouco corta a tensão, e viro-me para encontrar Dante me observando com admiração mal disfarçada.

- Minha namorada está certa - ele diz, e franzi a testa ao ouvir "namorada".

- Namorada? - A professora ecoa, visivelmente abalada, os olhos agora marejados ao fixarem-se em Dante.

Sentando-me novamente, troco olhares rápidos entre Dante e Felícia, peças começando a se encaixar em minha mente. Meu coração afunda com a revelação.

Ah, então é isso! Dante tem um caso com a loira. Não é à toa que ela me olha com tanto rancor.

Aperto os lábios fitando a vadia loira, minha respiração eleva, tornando-se perceptível. Meus dedos tamborilam impacientes no braço da cadeira.

Vaca de merda!

Embora não pronunciasse uma palavra, a rigidez em meu corpo e o brilho tempestuoso em meus olhos falavam volumes, transmitindo uma mistura fervilhante de desaprovação e desgosto.

Que porra é essa, Alana? Respiro profundamente, limpando minha mente e voltando ao meu normal.

Estreitando os olhos para ele, deixo escapar um sorriso malicioso, e ele entende imediatamente, sorrindo de volta. Sua mão encontra a minha coxa, o gesto não passa despercebido por Felícia, cuja mandíbula se tensiona ao ponto de ouvir seus dentes rangerem.

Only Love Can Hurt Like ThisOnde histórias criam vida. Descubra agora