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*Dante Salvatierra*

Os últimos instantes do jogo eram uma tempestade de emoções. A multidão rugia, e as luzes dos refletores refletiam nas gotas de suor que escorriam pelo meu rosto. Como capitão do time de futebol americano, eu sabia que tudo se resumia a essa jogada. Concentrei toda minha energia, cada músculo do meu corpo focado no objetivo. Com um olhar determinado, comecei a correr, esquivando-me dos adversários com uma agilidade quase sobrenatural. O tempo parecia desacelerar enquanto eu avançava, cada passo ecoando como um trovão no campo.

Então, finalmente, cruzei a linha do touchdown. A vitória era nossa. O estádio explodiu em aplausos, meus companheiros de time gritando meu nome ao meu redor. Vejo Nathy se aproximando entre as pessoas, um sorriso largo estampado no seu rosto.

— Dante, meu campeão — disse ela, eufórica, vindo me abraçar, mas minha mente estava em outro lugar. Meu olhar fixou-se em Alana, a garota que fazia meu coração bater mais rápido. Ela sorriu, aplaudindo junto ao seu grupo de líderes de torcida. Ela estava usando o uniforme vermelho com o número um estampado no peito, o meu número. Meu peito vibrou ao vê-la ali, torcendo por mim. Desviei de Nathy, que resmungou algumas coisas que nem me dei ao trabalho de ouvir. Corri até Alana, ainda ofegante, o suor misturando-se à adrenalina.

— Alana — murmurei, estendendo a bola para ela, atraindo a atenção de todos ao redor. Era mais do que uma simples vitória; era uma promessa. Meu toque, a intensidade no meu olhar, tudo comunicava o que éramos um para o outro. Naquele momento, no campo que era meu campo de batalha, eu não oferecia apenas a glória do jogo, mas também deixava claro para todo e qualquer filho da puta que essa garota era minha, e ai do fodido que olhar na direção dela.

— Dante? — sussurrou ela, entregando os pompons para uma das gêmeas e vindo na minha direção.

— Venha para o seu homem, princesa — disse, abrindo os braços para recebê-la. Seu corpo se envolveu contra o meu, suas mãos enlaçaram ao redor do meu pescoço. Minhas mãos desceram até sua bunda, levantando-a, suas pernas ao redor do meu quadril. Meus lábios buscaram os dela, sua língua acariciando meus lábios antes de afundar na minha boca, nossas línguas se encontrando em um ritmo alucinante.

Gritos, palmas e assobios reverberaram pelo campo. Quebrei o beijo com um selinho demorado. Nossos olhares se encontraram por um instante, antes de Vitor pular em nós.

— Ganhamos, porra! — gritou ele, animado.

— É, ganhamos — murmurei, ainda encarando Alana. Ela sorriu, corando.

— Vamos comemorar, seus pau no cu — berrou Vitor, tirando Alana dos meus braços e correndo com ela pelo campo, sob os gritos dela.

— Vitor… me solta...

Sorri, balançando a cabeça com a cena.

O som do rock preenchia completamente a sala de estar, corpos suados se esfregando no ritmo da música ensurdecedora. A iluminação fraca criava sombras nas paredes, conferindo ao ambiente um ar quase claustrofóbico. Ao meu lado no sofá, Fabian estava com duas loiras voluptuosas, uma em cada braço. Vitor, logo à frente, tinha Tiana em seu colo, uma negra com curvas estonteantes, cabelos cacheados e um sorriso capaz de parar qualquer coração. Ela foi transferida no ano passado e, desde então, eles ficavam de vez em quando. Dou um gole na bebida, o gosto amargo deslizando pela minha garganta, e olho ao redor. Alana estava aqui há pouco; procuro-a pela sala, mas não a encontro.

— Dê espaço para ela — resmungou Fabian, com seu sotaque carregado.

— Cuide da sua vida — devolvo, semicerrando os olhos para ele.

Only Love Can Hurt Like ThisOnde histórias criam vida. Descubra agora