𝐶ℎ𝑎𝑝𝑡𝑒𝑟 𝑂𝑛𝑒

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❛um desastroso primeiro dia❜

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❛um desastroso primeiro dia❜

Me olhei novamente no espelho do quarto. Deveria ser a primeira vez em meses que eu realmente estava interessada na minha aparência. Odiava ser o centro das atenções, mas como eu sei que hoje seria um dia cheio de olhares curiosos, que eu pelo menos estivesse bem vestida e arrumada. E de fato, estava. 

A calça azul escura, de cintura alta, contornava as curvas do meu corpo — e felizmente não eram poucas —, o suéter bege, retirado do fundo das minhas caixas, caía bem e se mostrou uma ótima fonte de calor, e nos pés estavam as minhas amadas botas pretas de cano alto. Naquele dia, eu tinha conseguido amansar meus cabelo e o deixado bem baixo, mas com as ondulações nas pontas que eu tanto adorava. Me lembravam pequenos caracóis. Eu me sentia linda, mesmo sem maquiagem, ou uma super produção. 

Era terça feira de manhã. Tínhamos usado o domingo e a segunda para arrumarmos a casa, organizarmos tudo e descansar. Hoje, eu iria começar na escola nova e minha mãe no seu serviço. Seria um longo dia. 

Apanhei a mochila marrom de cima da cama. Meu quarto, por enquanto, não era grande coisa. Só haviam três mobílias, sendo elas o guarda roupa, a cômoda e a cama — todas elas em tons escuros e neutros, variando entre o cinza e preto. Nas paredes laterais, pintadas de branco, eu coloquei pôsters de bandas, artigos e fotos de celebridades e pessoas que eu admirava. Meu pai estava entre elas, bem no meio. Minha mãe tinha trazido um velho tapete da nossa antiga casa, felpudo e carmim, que eu joguei perto da quina da porta. Eu tinha até que gostado de como ficou. 

A casa em si era inteira branca, com exceção do teto, pintado em vermelho do lado de dentro e de fora. Era rústica e vitoriana, naquela pegada mais antiga, e como minha mãe falou, muito bonita. Aconchegante, simples e acessível. O que precisávamos. 

Desci as escadas, sentindo o cheiro delicioso de café fresco. Vi minha mãe escorada no fogão com algo na mão, e a mesa posta com uma travessa de bolo e torradas. 

— Fez tudo isso sozinha? — Perguntei, surpresa. — Você não dormiu? 

Minha mãe se virou, sorrindo. 

— Eu acordei animada. Quis fazer um café da manhã caprichado, nós duas teremos dias cheios. — Disse. — Anda, se senta, vamos comer enquanto está quente. 

Fiz o ordenado, puxando um punhado de torradas para o meu prato. Angélica encheu nossos copos de café. 

— Você pegou seu papel de transferência? — Perguntou, preocupada. — Já está tudo certo com a diretora, mas você ainda vai precisar ir até a secretaria para pegar o horário.

𝑰𝑹𝑹𝑬𝑺𝑰𝑺𝑻𝑰𝑽𝑬𝑳 ― 𝐽. 𝐻𝑎𝑙𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora