𝐶ℎ𝑎𝑝𝑡𝑒𝑟 𝐹𝑖𝑣𝑒

1.3K 126 19
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Velhos hábitos nunca mudam. Disso eu tinha certeza. Mesmo numa cidade nova, com gente diferente, eu ainda odiava a escola. 

E não era pouco. Odiava o cheiro insuportável de álcool da provas mal xerocadas, do piso escorregadio graças a cera barata, dos grupinhos maléficos de alunos. Até da maneira quase idêntica que os professores tinham de lecionar: enchiam os quadros de matérias longas e cansativas, daquelas que ninguém entendia nada, mas que éramos obrigados a copiar tudo. No final, davam uma explicação meia boca, tão curta feito os trailers de filmes, e quem entendesse, entendeu. 

Eu odiava esse sistema de ensino, mas sabia que a culpa não era dos funcionários. O governo era o verdadeiro responsável. Pagavam uma miséria e os cortavam a qualquer momento, numa crise. Qualquer cidadão em sã consciência deixaria de sentir paixão pela profissão. 

Não deixava de ser uma situação de bosta, que tornava o ambiente insuportável. 

Eu estava quase fingindo uma diarréia, quando a última aula se encerrou. Foi um dia nada produtivo e eu não me orgulhava disso, mas havia tanta coisa ultimamente na minha cabeça que estudar passou a ser a menor das preocupações. Era o medo da minha mãe não dar certo no emprego e a gente voltar pro fundo do poço, de eu ter que arrumar um serviço, não conseguir conciliar com a vida escolar e acabar bombando. De tudo desmoronar, agora que começava a caminhar. 

Era um porre não ter controle das coisas. Da vida. Eu só podia vê-la traçar seus próprios planos. E a maioria deles nem sempre me agradava. 

— Você vai querer a carona hoje? — Bella, subitamente, apareceu do meu lado nos armários. Dei um pulo no lugar, assustada. — Calma aí, relaxa. Estava pensando no que para estar tão distraída assim? 

Peguei minha mochila, trancando o cadeado do armário logo após. 

— Nada demais, coisas de casa. — Menti. A garota não precisava saber das minhas lamentações. — Vou sim, se não for incomodar. 

Isabella revirou os olhos. 

— Não me incomoda, já falei. — Retrucou. — Se importa se passarmos no serviço do meu pai primeiro? Parece que o homem que foi atacado era amigo dele. 

— Claro que não, imagina. Sinto muito. 

Toquei seu braço de maneira carinhosa. A morena sorriu com o gesto. 

— Obrigada, Alina. É coisa rápida, Charlie não é muito de demonstrar sentimentos e gostar de momentos de grude. — Disse. Estávamos andando para fora da escola, em direção ao estacionamento. — Seria ótimo se isso desse a ele o dia de folga, estou cansada de ficar em casa sem fazer nada. 

— Quer fazer alguma coisa hoje? Também estou cansada de ficar sozinha. — Sugeri, de imediato. 

Os olhos castanhos da Swan se iluminaram. 

𝑰𝑹𝑹𝑬𝑺𝑰𝑺𝑻𝑰𝑽𝑬𝑳 ― 𝐽. 𝐻𝑎𝑙𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora