Meia hora depois eu estava com uma caneca de chá fumegante nas mãos e os olhos cravados na tela do notebook de Isabella. Ela, sentada ao meu lado na cama, digitava incansávelmente informações sobre o que conversamos durante esse tempo.
Era oficial, talvez estivéssemos loucas, mas a ideia de estarmos lidando com uma seita ou um grupo de pessoas com poderes sobrenaturais estava se tornando cada vez mais aceitável. Eu tinha certeza que normal aquela família não era, minha intuição dizia isso e eu preferia confiar nela. Meu próprio corpo me alertava dos perigos de ficar muito próximo de algum deles poderia trazer, especialmente Jasper, ainda que eu achasse que ele nunca me faria mal. Mas não sei, talvez eu estivesse errada e a história de gostar de mim fosse apenas um pretexto para tentar me fazer esquecer suas esquisitices. Ou talvez não.
Eram muitos talvez para arriscar meu pescoço e minha vida. Eu estava disposta a ir até o fundo do abismo e era isso que estávamos fazendo: procurando.
Eu e Isabella reunimos todas as informações que tínhamos sobre os Cullen's. Falei que acreditava fielmente que Jasper parou a van com a mão, que sua pele era extremamente fria e que ele às vezes se locomovia rápido demais para um simples adolescente. Também joguei o assunto do seu passado suspeito na roda, principalmente na questão de idade, que eu fiquei sem saber. Não fiquei nenhum pouco surpresa quando Bella me contou que Edward era igualzinho. Forte, rápido e frio. E de quebra, com olhos que mudam de cor: às vezes dourado claro, às vezes quase preto.
Bizarro!
— A busca resultou em duas opções. — Clicando em algumas páginas, um enorme rodapé de texto surgiu na tela. — Você quer ouvir a voadora ou o soco primeiro?
Entortei os lábios, em desagrado.
— Não tem a opção de abraço? — Rebati.
— Claro que não. — Riu. — Vamos começar pelo soco então. — Decretou, pigarreando. — A primeira hipótese é que sejam participantes de uma seita ou grupo secreto. Que realizam rituais, sacrifícios e feitiços antigos para ganharem poderes em troca. Explicaria a força, rapidez e a rixa com os quileutes, mas a questão da pele e dos olhos ficaria em aberto, a da idade também. A não ser que tenham feito algum pacto para serem imortais ou envelhecer mais devagar.
Minha garganta secou. Sem dúvidas nenhuma não era uma teoria bonita de se imaginar. E isso só me fez pensar em como seria a próxima.
— E a voadora? — Questionei, retirando forças sabe-se lá de onde para manter minha voz e mãos firmes na xícara de chá.
Bella estremeceu ligeiramente.
— Vampiros, ou frios, como algumas regiões costumam chamar. Entidades que se alimentam de sangue humano e animal para viver, que são imortais, fortes, pálidos, rápidos e com uma temperatura corporal baixa. Não se expõem à luz do sol e caçam a noite. — Leu, em voz alta, a página da internet. — Infelizmente é a que mais se encaixa.
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𝑰𝑹𝑹𝑬𝑺𝑰𝑺𝑻𝑰𝑽𝑬𝑳 ― 𝐽. 𝐻𝑎𝑙𝑒
Vampire𝗔𝗟𝗜𝗡𝗔 𝗤𝗨𝗘𝗥𝗜𝗔 𝗔𝗣𝗘𝗡𝗔𝗦 recomeçar. Perder o pai e ser assombrada diariamente pelas lembranças do fatídico acidente era demais para a cabeça da adolescente, seu corpo implorava por paz. E ali, na minúscula cidade de Forks, a tão almejada...