Canção de Amor

Saturday and Sunday

N| Aika

Sua tarde foi tranquila depois que voltou para a casa, o encontro com o garoto tinha feito muito bem a ela. Se viram no combinado, as 9, acreditava que passou um pouquinho ainda do horário marcado, mas nada que tivesse sido um grande atraso. Bloo estava com uma camiseta branca e umas calças, jeans com detalhes marrons, lembrar-se disso era irônico, pois, todas às vezes que o via ele estava com blusas brancas ou pretas, dependia do dia, ela acreditava; mas de toda a forma era sempre algo diferente ver a beleza dele com essas cores.

Olhava com um pouco de detalhe para o teto, vazio e de uma cor pastel, não se tinha muito o que reflexionar, acreditava que se fechasse os olhos se lembraria da tarde e de alguma forma ficava incomodada com o fato de pensar no Menino; só não sabia se era boa ou ruim, não tinha ainda se questionado sobre isso. Estava olhando a ele com olhos de amizade, mas Aika às vezes concordava que podia dar uma deslizada, ela nunca foi tratada com tanto apresso e isso era preocupante; um medo de tornar ele parte de sua vida e depois ele sair, ou simplesmente estragar isso que eles construíram. Se perguntava às vezes como que chegaram a esse nível em tão pouco tempo, como se a amizade deles tivessem nascido já pronta, ou escrita, mas parava de se indagar quando via que direcionava aquilo para um elemento maior. Focando no dia que teve com o Hyeon, lembrou-se que teria aceitado ir para a festa com ele.

- não se preocupe quanto ao que vai vestir, eu te ajudo. - foi as suas palavras reconfortantes; mas entre ela, sozinha, a menina via por um lado sábio; isso não seria uma grande ajuda. - ele vai usar algo da qual eu não gosto, com toda a certeza - pensar em seus atos para a moda não seria muito útil, deixava ela ainda mais preocupada. Ele também fez questão de deixar ela a par da lista de convidados, e teve duas coisas dessa imensa lista que a deixou um pouco pensativa; Fumiko e todo restante de pessoas das quais ela nunca escutou falar ou viu o rosto. Aika era a pior pessoa para se estar em um lugar público, ainda mais quando se tratava de pessoas "descolados" sua timidez parecia se tornar uma alma que descansava sobre a sua pele. Saber que a Fumiko estaria ali foi de menos ajuda, sim, ela pensava em um dia ir até à menina e perguntar suas razões, mas julgava que não era o momento ideal para aquilo. O modo como Bloo descreveu o dono da festa, veio em sua cabeça outra versão do amigo - não que fosse ruim, até algum momento, pensava que o Bloo era frio, mas aí viu seu verdadeiro lado. - poderia tirar várias conclusões antes, mas estava esperando para fazer isso por lá, aliás, teria a mente super aberta para seus pensamentos; sabia que o seu acompanhante não teria tanto tempo para ela. A festa era de seu Conhecido e milhares de outros conhecidos dele estariam por lá, jamais seria uma idiota de pensar que o Garoto desperdiçaria seu tempo ao seu lado, não naquele momento pelo menos.

Deu uma leve risada, olhar para a parede a sua cabeça rindo dava a ela um ar de louca, mas não podia segurar o sorriso quando lembrava que isso era besteira; tudo asneiras de sua ansiedade para deixar sua mente castigada antes do dia chegar; quem sabe ela só estivesse tentando ajudar a menina para que chegasse na data e ela soubesse como reagir. De toda a forma não ligou para o que vinha em sua mente, mesmo que fosse inevitável não pensar nas grandes possibilidades de ir tudo por água baixo; soltou o sorriso por se imaginar caindo com um copo de bebida alcoólica bem ao meio do salão onde maior parte do público estava. Foi vergonhoso em seus pensamentos, mas engraçado ao mesmo tempo, ria disso porque não tinha presenciado ainda o momento e acreditava que se passasse por essa situação o máximo que fazeria era correr para o banheiro - fingir desmaio seria uma ótima ideia também -.

Suas concepções a levaram acreditar que era moldável quando o assunto se tratava de festas, ela detestava todas, mas sempre ia facilmente Quando um convite lhe era feito, bom, foi um pensamento estúpido se comparando ao fato dela não saber dizer não, mas também não deixava de fazer sentido.