Capítulo 1

1.8K 180 536
                                    

Dedicado a Revisora Chefe e
amiga amada, minha Anna
obrigada amor!
💙💙💙

As pessoas que vivem intensamente
tudo o que a vida apresenta, recordam do passado saudando os sentimentos como
se fossem velhos amigos.
(Amanda Rezende)

--------------------------------
2008. São Paulo/BR
Anahi
--------------------------------

- Obrigada São Paulo, obrigada Brasil! Eu amo vocês de todo o coração!! - Eu olhava para o nosso público maravilhoso, centenas de milhares de pessoas que gritavam em meio a lágrimas junto comigo, o fim de um sonho. E sob o coro de "RBD eu te amo", saímos do palco.

A adrenalina pós show é difícil de acalmar, no meu caso são horas até que eu consiga me desligar completamente da sensação e dormir. Eu ia saindo do palco abraçada com o Chris quando sinto uma mão firme me puxar pela cintura, me tirando do abraço e falando baixinho no meu ouvido.

- Como vou passar os meus dias sem ouvir a sua voz cantando pra mim, agora que tudo isso está acabando, Any? - Poncho me encara com um sorriso de canto de boca, mas em seus olhos eu podia ver que foi a forma de dizer que também sentiria saudades de toda essa loucura que vivemos diariamente.

Muitos têm essa visão de Poncho, aquele que tem certeza de tudo e se acha o dono da razão, e sim, ele é exatamente assim, decidido, teimoso e pensa em cada detalhe, de cada passo que tem que dar, antes de cogitar levantar o pé. Mas isso não o faz ser um ogro calculista como o pintam por ai não, isso não!

Existe uma parte dele, que me custou muito chegar a conhecer, mas hoje posso dizer que sei mais do que ele mesmo, uma parte que se sente acuado pela pressão e expectativa que colocam em nós.

Tudo é tão intenso que não é de se admirar que, nosso "relacionamento" é uma dessas coisas que nos pressionam tanto, ele quer mais, eu quero mais e não podemos, simples assim. Existem coisas que estão além dos nossos desejos, e nós, sempre foi uma delas.

Leiam seus contratos crianças.

Eu viro o rosto e olho para ele com um sorriso que sei que sempre aparece no meu rosto quando ele está por perto.

- Não é porque não vamos mais cantar juntos em um palco, que eu não vá mais cantar pra você, não é?

- Ah, então eu não vou ser esquecido? - Pergunta com o ar um tanto divertido.

- Como se isso fosse possível, Gatito - acaricio seu rosto e dou um beijinho na ponta do seu nariz, arrancando uma risada levemente aliviada dele. Paramos de andar quando estamos na porta dos camarins. - Vou me trocar e a gente se vê daqui a pouco.

- Ok, vai lá e nos vemos logo - ele me dá um beijo na testa, eu sorrio e passo levemente os dedos em seu maxilar fazendo o contorno dos seus lábios com os dedos. Ainda sorrindo, Poncho dá as costas e vai até o camarim dos meninos.

Entro no meu, que divido com Dul e Mai, para colocar roupas mais leves. Estamos tentando tirar um pouco dos brilhos que estão na pele, mas eu já tenho consciência que vão ser anos até eu ser capaz de não encontrar mais nada de glitter em mim, quem sabe nunca mais vou ficar sem brilhar por aí.

Estou pensando nisso quando Mai suspira alto e puxa um assunto.

- Não vou conseguir estar no próximo show - vejo sua feição de desapontamento. - É a nossa última tournée juntos e eu não estou em mais da metade dos shows. Que bela forma de me despedir - revirando os olhos com uma cara emburrada ela fala olhando pra gente.

Apesar De Tudo AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora