Apesar De Tudo AyA

Capítulo 36

Faz muito tempo que não dedico um capítulo pra minha linda annalu_autora! Obrigada pelo apoio e amor de sempre, amiga 💙
Já foram ler destino hoje?

A verdade tem muitas faces e o medo da realidade ofusca os olhos daqueles que tem algo a perder.
(Amanda Rezende)

-

---------------------------------
2024. Cidade do Mexico/MX
Alfonso
----------------------------------

Quanto tempo eu demorei pra chegar até o local onde tive o último sinal de Diana?

Não tenho a mínima ideia.

Podem ter sido 10 minutos ou 10 horas, a minha percepção de tempo e espaço ficou totalmente deturpada pela ansiedade e medo do barulho horrível que ouvi ao telefone.

Os carros passavam por mim como borrões coloridos. Eu não distinguia modelo, marca e nem nada, de nenhum deles. Desviei e andei em ziguezague o caminho todo, devo ter levado no mínimo umas 5 multas por excesso de velocidade e talvez furei um sinal vermelho ou outro.

Me importo com isso? A resposta é não!

Podem levar tudo que eu tenho, minha única e exclusiva preocupação tem cabelos castanhos claros, um pouco mais de 1m de altura e uma personalidade dramática, que eu acabo de perceber ganhou um espaço enorme no meu coração.

Consegui entrar em contato com a polícia e eles me disseram que estavam encaminhando viaturas e ambulâncias para a localização que mandei.

Com os olhos fixos na estrada eu vejo os raios multicoloridos do brilho do sol, que já quase se esconde no horizonte. Alguns metros a frente, um grupo de carros parados surge em uma curva bem acentuada pra esquerda. Disparo na estrada e quase saio do carro antes mesmo de ele parar direito. Deixo a porta escancarada e corro, com o coração batendo na garganta, até o pequeno grupo de pessoas reunidas.

- Com licença, por favor. Sai da frente - repito, o que me parece, milhares de vezes. Acotovelando alguns curiosos, tiro um senhor alto e grisalho, que está usando um blazer azul escuro, da frente e congelo no lugar.

Reconheço o carro de Diana imediatamente, mas são os pneus virados pra cima que me recepcionam. O carro está alguns metros abaixo de um morro. Pela marca que os pneus deixaram no asfalto, acredito que ao se descontrolar e gritar com Emiliano durante nossa ligação, Diana não viu a curva, perdeu o controle do volante e isso a fez capotar.

A "sorte" do dia foi a presença de uma árvore bem no meio do caminho que fez com que o veículo não caísse algumas centenas de metros abaixo.

Um zumbido toma conta dos meus ouvidos, minhas pernas parecem pesar 200kg e não consigo me mover do lugar, não consigo evitar pensar no pior.

É o grito conhecido de uma criança, seguida por um choro assustado que me tiram do estupor e me colocam em ação. Quando o instinto tomou conta de mim e me pus a correr até lá, algumas mãos me detiveram.

O mesmo senhor que afastei para conseguir ver o acidente, se põe na minha frente e barra o meu caminho.

- A polícia está chegando rapaz, vamos esperar. Não é seguro nos aproximarmos do veículo.

Afasto rispidamente sua mão com um tapa e aponto pro carro para responder.

- É meu filho que está dentro daquele carro, você acha mesmo que vou deixar ele assim? Então, por favor, e é a única vez que vou pedir educadamente, se não for ajudar, não atrapalhe e saia da minha frente!