Desafio Aceito

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Juliana

Já era tarde quando finalmente cheguei à garagem, suspirando de alívio por estar em casa. Eu adorava viajar a trabalho, mas agora descobri que tinha medo de ir. Eu odiava deixar Valentina e minhas filhas sozinhas.

Meu vôo havia se atrasado ao sair de Toronto, fazendo uma parada no caminho. Hoje tinha sido um longo dia. Eu precisava me lembrar de falar com nosso especialista em viagens, ele cuidava de nossas reservas. Eu queria voos diretos, sem mais paradas.

Percebi que embora a casa estivesse às escuras, duas luzes brilhavam na noite. Aquela sobre a porta da frente para mim e o brilho opaco vindo da janela do quarto das crianças. Isso significava que a Val estava acordada com Ivy, sem dúvida amamentando.

Abri a porta do meu carro e me estiquei. A luz da rua brilhou branca, chamou minha atenção, e eu olhei para ela com uma carranca. Corri pela calçada, confusa com a meia dúzia de cartazes de campanha no meu gramado. Todos os partidos políticos estiveram ali se apresentando. Com um xingamento, eu os tirei da grama e os carreguei para a garagem, jogando-os no canto. Peguei minha pequena mala e corri para casa.

Eu subi os degraus de dois em dois, parando para deixar minha mala em nosso quarto, então me dirigi para o quarto ao lado. A exaustão, o estresse e a tensão do dia foram exauridos pela visão diante de mim.

Adormecida na enorme cadeira de balanço estava minha linda esposa, Valentina. Aninhada em seus braços estava nossa bebê, Ivy. Escondida entre elas estava minha pequena Dulce, ela estava deitada no colo de sua mãe como uma estrela do mar, ocupando todo espaço restante, e certamente toda a atenção possível de sua mãe. Elas eram um lindo trio, e minhas filhas estavam crescendo rápido demais para o meu gosto.

Eu suprimi minha diversão olhando para elas. Peguei meu celular do bolso, tirei algumas fotos antes de cruzar o quarto para colocar minhas meninas em seus devidos lugares.

Eu liberei Ivy dos braços de Val, sussurrando coisas para ela enquanto ela se movia.

–Está tudo bem querida. Vou a colocar no berço.

–Você está em casa. _ela murmurou.
—Você está atrasada... Estávamos te esperando.

–Eu sei, amor. Sinto muito.

Ela tentou acariciar meu rosto e falhou.

–Está bem.

Rindo, segurei sua mão, beijando a palma.

–Eu estou aqui agora.

–Saudade de você.

Suas palavras aqueceram meu coração. Eu dei um beijo em sua cabeça.

–Senti a sua falta também.

–Hmmm.

Foi tudo o que ela conseguiu dizer.

–Já comeu?

–Sim, todas nós comemos. De novo.

Eu sorri. Ivy tinha um apetite voraz. Constantemente faminta e impaciente quando forçada a esperar por sua comida.

–Ok, fique aí. Eu já volto.

Ela sorriu sonolenta e feliz, fechando os olhos.

Ivy se aconchegou em mim e eu fiquei ao lado de seu berço, não querendo largá-la ainda. Eu tinha um peso quente e cheiroso em meus braços. Eu balancei de um lado para o outro no movimento que sempre a acalmava, amando em como a sentia aninhada contra meu peito. Finalmente, eu a deitei, afastando o seu cabelo ondulado de sua testa. Ela havia herdado meu redemoinho. Se ela se parecesse comigo, isso me deixaria louca.

O ACORDO 2/JULIANTINAOnde histórias criam vida. Descubra agora