CAPÍTULO XVI

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A luz de outro dia nublado  acabou me acordando. 

Fiquei deitada com o braço nos olhos, grogue e confusa. Algo, um sonho tentando ser lembrado, lutava para irromper em minha consciência. - eu não fazia ideia do porque eu queria lembrar tanto desse sonho. A única coisa que vinha em minha mente eram flashes de uma sala com espelhos... espelhos quebrados… sangue…

 Eu gemi e rolei de lado, esperando que o sono voltasse, mas ele não voltou. 

– Seu cabelo parece um monte de feno... Mas gosto assim. - a voz abafada vinha da cadeira de balanço no canto.

– Bom dia. - disse, me virando para ele.

– Bom dia. 

Eu caminhei pelo quarto até ele e me sentei no seu colo. 

– O que estava pensando ? - senti suas mãos afagarem minhas costas. – Seus pensamentos estavam nublados.

– Estava tentando lembrar do sonho que tive… - pousei a cabeça com cuidado em seu ombro, respirando o cheiro de sua pele. Até que percebi que suas roupas haviam mudado, o cabelo penteado. – Você saiu? - perguntei, confusa.

– Não podia sair nas roupas com que eu vim... O que os vizinhos iam pensar?

– Charlie! - lembrei de repente, pulando de imediato e indo para a porta.

– Ele saiu há uma hora. - Edward disse, e abriu os braços para me receber de volta. 

Um convite quase irresistível.

– E a Bella? - perguntei, ainda nervosa.

– Ela não voltou para casa.

Surpresa passou pelos meus olhos, será que ela e o Jacob ?…. Não, eles não fariam… Fariam?

– Deixe esse assunto de lado - ele murmurou.

Seus braços ainda estavam estendidos para mim.

– Preciso de um banho.

– Eu espero.

Pulei para o banheiro, com minhas emoções irreconhecíveis. Meus olhos estavam brilhantes demais e eu tinha pontos febris de vermelho nas maçãs do rosto.

Depois que escovei os dentes, consegui consertar o caos embaraçado que era meu cabelo. Quando terminei eu praticamente corri de volta para o meu quarto.

Ele estendeu a mão para mim  e meu coração martelou, instável.

– Bem-vinda de volta -  murmurou, pegando-me nos braços.

Ele me embalou por um bom tempo enquanto o quarto ficava mais claro.

– Hora do café da manhã - disse ele por fim, despreocupadamente, para provar, tenho certeza, que se lembrava de todas as minhas necessidades humanas.

Então segurei meu pescoço com as duas mãos e arregalei os olhos para ele. O choque atravessou seu rosto.

– Brincadeira! - eu disse, rindo. – E você disse que eu não sabia atuar!

Ele fez uma careta de aversão.

– Não foi engraçado.

– Foi muito engraçado e você sabe disso. - Mas examinei seus olhos dourados com cuidado, para ter certeza de que eu estava perdoada. Ao que parecia, estava.

– Devo reformular o que disse? - perguntou ele. – Hora do café da manhã para os humanos.

– Ah, tudo bem.

night sun - Crepúsculo Onde histórias criam vida. Descubra agora