CAPÍTULO IX

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– Posso fazer uma pergunta? - pedi enquanto Edward acelerava rápido demais.

Ele suspirou.

– Uma. - concordou, seus lábios se apertaram em uma linha cautelosa.

– Como funciona… esse negócio de ler mentes ? Pode ler a mente de qualquer um, em qualquer lugar? Toda sua família pode ler mentes também?

– Isso é mais de uma pergunta - assinalou ele.

Eu simplesmente o encarei em silêncio e esperei.

– Só eu leio mentes na minha família. E não, não  posso ouvir todo mundo, em qualquer lugar. Tenho que estar perto. Quanto mais conhecida for a … " voz " da pessoa, maior a distância em que posso ouvi- la. Mas ainda assim, só a poucos quilômetros. ‐ ele parou pensativamente. – É como estar em uma sala enorme cheia de gente, todos falando ao mesmo tempo. É como um zumbido… Uma buzina de vozes ao fundo. Até que me concentro em uma só voz, depois o que ela está pensando fica claro.

Ele continuou:

– Na maior parte do tempo, fico fora de sintonia… Isso pode me distrair muito. E depois, assim é mais fácil parecer normal - ele franziu a testa quando disse a palavra – Quando não estou respondendo por acidente aos pensamentos de alguém, em vez de às  palavras.

– Você fazia isso - eu disse, calma. – Você respondia aos meus pensamentos.

– Como você disse… Eu não fui muito cuidadoso.

Desviei os olhos dele e prestei atenção na estrada, ele estava dirigindo a 150 por hora, desviando dos carros como se não fossem nada. Preciso aprender a dirigir assim, se tiver sorte o Jacob pode me dar umas aulas naquela moto dele.

– Quem é esse Jacob que você tanto pensa? - perguntou ele, rude. – E por que toda vez que você pensa nele é sempre acompanhado de alguma ideia maluca?

– Jacob é meu melhor amigo, crescemos juntos praticamente. Meu espírito rebelde veio dele. - dei uma risada ao lembrar de algumas vezes em que eu nos meti em confusão. – Inclusive, agradeça a ele por eu ter descoberto o que você era. - disse, sem pensar.

– Você tem outra teoria ? - perguntou ele confuso.

– Digamos que seja uma teoria. 

– Conte- me.

– Quando eu fui sábado para praia, eu encontrei com ele… a gente caminhou juntos até eu perguntar o motivo  de vocês - apontei para ele. – Não andarem na reserva… então ele me contou uma lenda antiga.

Ele pareceu confuso com a minha explicação.

– Então sua teoria é baseada em uma lenda? 

– Em uma lenda quileute... - sua expressão confusa congelou ali. – A lenda era sobre vampiros. ‐ sussurrei.

– E imediatamente pensou em mim ? - sua voz era calma, mas percebi que os nós de seus dedos se apertaram convulsivamente no volante.

– Não. Ele falou na sua família.

Ele ficou em silêncio, encarando a estrada.

– O que você fez depois ? - perguntou ele após um minuto.

– Pesquisei na internet.

– E isso a convenceu ? - sua voz não demonstrava interesse.

–  Não. Nada se encaixava. A maior parte era bobeira. E então conclui que não importava.

– Não importava - seu tom de voz me fez encara- lo. Sua expressão era incrédula, com um toque de raiva.

– Não - eu disse suavemente. – Não importa para mim o que você é. 

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