CAPÍTULO XXVI

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MEUS OLHOS SE ABRIRAM

 para uma luz branca e forte. Eu estava em um quarto desconhecido, um quarto branco. A parede atrás de mim era coberta de persianas verticais; no alto, as luzes brilhantes me cegavam. Eu estava recostada em uma cama dura e desigual — uma cama com grades. Os travesseiros eram achatados e cheios de protuberâncias. Havia um bip irritante em algum lugar por perto. Esperei que significasse que eu ainda estava viva. A morte não devia ser tão desconfortável.

Minhas mãos estavam presas a tubos claros e alguma coisa estava colada em meu rosto, sob meu nariz. Ergui a mão para arrancar.

– Não, não pode. – e dedos frios pegaram minha mão.

– Edward? – virei a cabeça devagar e seu rosto estava a centímetros do meu, o queixo pousado na beira de meu travesseiro. Percebi novamente que eu estava viva.

– Shhhh - ele me aquietou. – Agora tudo vai ficar bem.

– O que aconteceu? - eu não conseguia lembrar com clareza e minha mente se rebelava quando eu tentava.

– Quase cheguei tarde demais. Eu podia ter me atrasado - sussurrou ele, a voz atormentada.

– Não foi culpa sua, eu achei que ele estivesse com a minha mãe.

– Ele enganou a nós todos.

– Preciso ligar para Charlie e para Renée… 

– Alice ligou para eles. Renée está aqui... Bom, aqui no hospital. Ela está pegando alguma coisa para comer agora.

– Ela está aqui? - tentei me sentar, mas minha cabeça girou mais rápido e a mão dele me empurrou delicadamente para os travesseiros.

– Ela vai voltar logo - prometeu ele. – E você precisa ficar quieta.

– Mas o que vocês disseram a ela? - entrei em pânico. Eu não estava interessada em ficar quieta. Minha mãe estava aqui e eu me recuperava de um ataque de vampiro. – Por que disse a ela que eu estou aqui?

– Você caiu dois lances de escada e atravessou uma vidraça.

Eu suspirei e isso doeu. Olhei meu corpo sob o lençol, o calombo enorme que era minha perna.

– O que aconteceu comigo? - perguntei.

– Você tem uma perna quebrada, quatro costelas quebradas, algumas rachaduras no crânio, hematomas cobrindo cada centímetro de sua pele e perdeu muito sangue. Eles fizeram algumas transfusões. Eu não gostei... Deixou seu cheiro totalmente errado por algum tempo.

– Deve ser uma mudança boa para você.

– Não, prefiro o seu cheiro.

– Como você conseguiu? - perguntei em silêncio. Ele entendeu o que eu quis dizer de imediato.

– Não tenho certeza. - ele desviou o rosto de meus olhos curiosos, erguendo da cama minha mão enrolada em ataduras e segurando delicadamente na dele, com o cuidado de não soltar o fio que me conectava a um dos monitores.

Esperei pacientemente pelo resto.

Ele suspirou sem retribuir meu olhar.

– Foi impossível... parar - sussurrou ele. – Impossível. Mas consegui. - ele finalmente me olhou com um meio sorriso. – Eu devo mesmo amar você.

– Meu gosto não é tão bom quanto meu cheiro? 

– É ainda melhor... Melhor do que eu imaginava.

Eu sorri em resposta. Isso provocou dor em meu rosto.

– Devia ter esperado por mim, devia ter me contado. 

night sun - Crepúsculo Onde histórias criam vida. Descubra agora